Os custos elevados da habitação e o aumento do trabalho híbrido estão a alimentar o crescimento de casos como Racheal Kaur, que todos os dias vai de avião para o trabalho.
Para muitas pessoas, o trajeto diário para o trabalho envolve uma curta viagem de carro, de comboio ou até mesmo uma caminhada. Mas para Racheal Kaur, uma mãe de dois filhos da Malásia, a viagem para o trabalho é tudo menos normal. Todos os dias úteis, acorda às 4 da manhã, apanha um voo às 5h55 de Penang para Kuala Lumpur e chega ao seu escritório às 7h45.
Kaur, que trabalha para a AirAsia, opta por esta rotina exigente para manter um melhor equilíbrio entre a vida profissional e pessoal. Apesar de trabalhar na capital da Malásia, prefere viver em Penang, a quase quatro horas de carro, para estar mais perto da família. Ao voar diariamente para o trabalho, pode regressar a casa todas as noites para passar tempo com o filho de 12 anos e a filha de 11.
“Com eles a crescer, sinto que precisam que a mãe esteja por perto mais vezes”, disse Kaur ao Newsflash, citada pelo New York Post. “Com este acordo, posso ir para casa todos os dias, ver os meus filhos à noite e ajudá-los com os trabalhos de casa de última hora.”
Embora trabalhe para uma companhia aérea, Kaur continua a pagar os seus voos diários. No entanto, insiste que o custo continua a ser inferior ao arrendamento de um apartamento em Kuala Lumpur — a renda custaria cerca de 300 dólares por mês, enquanto que o seu sistema atual lhe permite pagar a prestação da casa mensal de aproximadamente 223 dólares. Ao ficar em Penang, evita o elevado custo de vida na capital e, ao mesmo tempo, a cansativa viagem de carro entre as duas cidades.
A história de Kaur faz parte de uma tendência crescente de “super-commuters” – pessoas que percorrem longas distâncias para trabalhar, por vezes mesmo para além das fronteiras estatais ou nacionais. Este fenómeno não é exclusivo da Malásia. Nas principais cidades dos EUA, como Nova Iorque, milhares de trabalhadores efetuam deslocações extremas. Um estudo de 2012 do Centro Rudin para a Política e Gestão dos Transportes da Universidade de Nova Iorque concluiu que, só em Manhattan, cerca de 60 000 pessoas eram super-commuters.
A pandemia também alterou os hábitos de trabalho, levando a padrões de deslocação mais flexíveis e não convencionais. Com o teletrabalho ou o trabalho híbrido, os trabalhadores passaram a poder viver mais longe do emprego, dado que as deslocações ao escritório são agora menos frequentes.
Embora o estilo de vida de super-commuter requeira um planeamento cuidadoso e resistência, muitos acham que vale a pena. Quer seja pelas poupanças financeiras, pelas oportunidades de carreira ou pela vida familiar, estes trabalhadores de longa distância estão a redefinir a deslocação moderna.
Isso é tretas, deve ser como aquela do individuo que ia fazer a barba à outra banda, porque ficava mais barato 2 escudos mas não contava com o preço do bilhete do barco! A “menina” trabalha numa Companhia de Aviação e como tal tem determinadas regalias, mesmo assim não me acredito! Para já a Sra. não conta que o tempo da viagem, retira tempo de vida e bem estar com a família e os filhos!