Macron vence eleições em França com 58,2% dos votos

Christophe Petit Tesson / EPA

O Presidente francês, Emmanuel Macron.

Emmanuel Macron venceu as eleições presidenciais em França, de acordo com as primeiras projeções. Le Pen: “Macron vai destruir França”.

O Presidente francês renova o mandato após derrotar a candidata Marine Le Pen. As projeções da Ipsos-Sopra Steria para a France Télévisions, Radio France e France24 indicam que Macron soma 58,2% dos votos dos eleitores. Le Pen fica-se pelos 41,8%.

Macron repete o feito de 2017, já que também tinha derrotado Le Pen na altura em que venceu as suas primeiras eleições presidenciais. Na altura, a vitória foi mais confortável, tendo somado 66,1% dos votos.

Sondagens à boca das urnas preparadas por institutos de opinião franceses e divulgadas na Bélgica já davam conta da vitória de Emmanuel Macron.

A participação na segunda volta das presidenciais francesas era de 63,23% às 17:00 locais, a duas horas do encerramento das primeiras assembleias de voto, quase dois pontos abaixo da primeira volta. A abstenção ficou pelos 28,2%.

Na primeira volta das presidenciais, realizada há duas semanas, Macron, o Presidente cessante, obteve 27,85% dos votos, contra os 23,15% de Le Pen.

Os militantes da União Nacional que começaram a convergir para o Pavilhão d’Armenonville, onde é organizada a noite eleitoral de Marine Le Pen, acreditavam na vitória da candidata, porque Emmanuel Macron “mostrou as suas cores” neste mandato.

Entretanto, a política de extrema-direita já reconheceu a derrota, no seu discurso, disse não ter “qualquer vergonha ou arrependimento”.

Le Pen de olhos nas legislativas

“Quero dizer a todos os que queriam ver o nosso partido desaparecer, que vejo uma nova forma de esperança”, disse Le Pen. “Os resultados que obtivemos mostram que os líderes de França e da Europa vão ter de enfrentar uma grande desconfiança das pessoas. Há grandes ventos de mudança a chegar”.

Anteriormente, Marine Le Pen, que está na sua terceira corrida presidencial e pela segunda vez na segunda volta, anunciou aos jornais que, caso perdesse esta noite, não voltaria a concorrer às eleições presidenciais.

Fomos, ainda assim, vitoriosos. Milhões dos nossos cidadãos escolheram votar no nosso partido. Quero agradecer a todas essas pessoas”, atirou ainda. “Um vento de liberdade podia ter-se erguido no país”.

Já no final do discurso, a líder do Reagrupamento Nacional lançou um aviso: “Queremos mudar o sistema, porque o que pudemos ver na campanha de Macron é que ele vai destruir França, vai destruir as suas instituições”.

Marine Le Pen já está de olhos postos nas eleições legislativas, que decorrem em junho deste ano.

“Nós estaremos lá. Nós seremos o partido que vai defender os vossos interesses. Vemo-nos na próxima batalha”, disse Le Pen antes de cantar La Marseillaise.

Macron, one more time

Depois de conhecida a vitória de Macron, ouviu-se “One More Time”, dos Daft Punk, para alegria dos cerca de 3 mil apoiantes que marcaram presença em Champ-de-Mars.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, deu os parabéns a Macron e acrescentou que, com este resultado, a Europa pode contar com a França por mais cinco anos.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também congratulou Emmanuel Macron pela vitória.

“Caro Emmanuel Macron, as minhas felicitações pela sua reeleição para a Presidência da República. Estou desejosa de continuar a nossa excelente cooperação. Juntos, faremos avançar a França e a Europa”, escreveu, em francês, através do Twitter.

Já no seu discurso de vitória, Macron agradeceu aos eleitores por este segundo mandato, algo que não acontecia há 20 anos em França.

“Depois de cinco anos de transformação difícil, uma maioria de nós escolheu confiar em mim para liderar a República anos próximos cinco anos”, começou por dizer o Presidente reeleito. “Agradeço a todos os franceses, homens e mulheres, que na primeira e segunda volta destas presidenciais, confiaram em mim”.

Ao referir os eleitores que votaram em Le Pen, ouviu-se assobios dos seus apoiantes. Macron rapidamente interrompeu. “Não, não assobiem”, clamou. “Desde o princípio que disse que não quero ver esse comportamento. Porque a partir de agora não sou candidato de um partido, mas sou o Presidente de todos”.

Daniel Costa, ZAP //

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