Luxuosa e com direito a ambientador, foi encontrada uma sanita dos tempos bíblicos em Israel

Apesar de ser um objecto mundano e banal nos dias de hoje, as sanitas já foram um luxo reservado apenas às elites. Foi agora descoberta uma sanita em Jerusalém que continha vasos onde se especula que eram colocados óleos aromáticos.

Uma equipa de arqueólogos em Israel fez uma descoberta inusitada – uma sanita rara que data da era bíblica, que foi descoberta pela Autoridade de Antiguidades de Israel durante escavações arqueológicas recentes perto do complexo turístico de Beit Shatz em Jerusalém.

A descoberta sugere que a sanita foi usada há cerca de 2700 anos, perto do fim do período dos reis de Judá. Apesar de serem um objecto banal por todo o mundo nos dias de hoje, as sanitas eram muito raras na época e apenas os mais ricos e poderosos possuíam uma, sendo que ser dono de uma sanita era um símbolo de alto estatuto social reservado apenas às elites.

“Um cubículo privado para uma sanita era muito raro na antiguidade e apenas algumas foram encontradas até agora, a maioria delas na Cidade de David. De facto, apenas os ricos conseguiam comprar sanitas. Mil anos depois, a Mishná e o Talmude mostravam os vários critérios que definiam uma pessoa rica e o Rabbi Yossi sugeriu que ser rico era “ter a sanita junto à mesa”“, explica Yaakov Billig, director da escavação, num comunicado enviado ao escreve o IFLScience.

A sanita foi encontrada entre as ruínas de um edifício que já teve uma vista cimeira da Cidade de David, o nome histórico dado à localização da povoação mais antiga de Jerusalém, e do Monte do Templo, um importante local sagrado para o Judaísmo, Islão e Cristianismo.

A casa-de-banho é uma sala rectangular e conta com uma sanita feita de calcário. Por debaixo da sanita, os arqueólogos descobriram um grande tanque que continha uma colecção de objectos cerâmicos do período e ossos de animais, que os especialistas acreditam que podem vir a dar respostas sobre o estilo de vida, saúde e doença durante esta época.

Yaakov Billig explica também ao jornal Haaretz que a casa-de-banho também já teve dezenas de pequenas tigelas, que acredita que poderiam conter óleos aromáticos e incenso, sendo na práctica um ambientador dos tempos antigos.

“É fascinante ver como algo que é tão óbvio para nós hoje em dia, como sanitas, era um item luxuoso durante o reinado dos Reis de Judá. Jerusalém nunca deixa de nos surpreender. Estou convencido que o passado glorioso da cidade vai continuar a ser-nos revelado no futuro e vai-nos permitir vivenciar e descobrir mais“, afirma Eli Eskosido, director da Autoridade de Antiguidades de Israel.