Lula ou Bolsonaro? Ex-Presidentes pendem para a esquerda mas há quem defenda a direita

Marcelo Camargo / Agência Brasil; Ricardo Stuckert / PR / ABr

Lula da Silva, o candidato do Partidos dos Trabalhadores (PT) às eleições brasileiras, conta com o apoio da maior parte dos antigos chefes de Estado, como é o caso do histórico Fernando Henrique Cardoso, de Dilma Rousseff e de José Sarney.

Enquanto Lula, que  já governou o Brasil por dois mandatos (entre 2003 e 2010) conta com essas figuras de peso, Jair Bolsonaro, do Partido Liberal (PL), conta apenas com o apoio de um ex-Presidente: Fernando Collor, Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).

Ao receber apoio dos ex-chefes de Estado, os candidatos esperam atrair os votos do eleitorado que admiram essas figuras na segunda volta.

Como referido, entre os apoiantes de Lula está a petista Dilma Rousseff (que governou o país entre 2011 e 2016) e que sofreu um ‘impeachment’ no meio do segundo mandato.

Fernando Henrique Cardoso, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), de centro-direita – que liderou o país entre 1994 e 2002 -, publicou nas redes fotos da época da ditadura militar com Lula, afirmando que votará “por uma história de luta pela democracia e inclusão social”.

Também a candidata que ficou em terceiro lugar na primeira volta, e que representa o PSDB, Simone Tebet, declarou o seu apoio a Lula, assim como Ciro Gomes, que o fez indiretamente, indicando que seguiria a decisão do Partido Democrático Trabalhista (PDT), pelo qual concorreu no primeiro turno.

José Sarney, do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), que esteve no poder entre 1985 e 1990, tornou público o seu apoio na segunda-feira. O voto no candidato do PT é “pela democracia, pela volta ao regime de alternância de poder, pela busca do Estado de Bem-Estar Social”, escreveu, comparando Bolsonaro a Donald Trump (Estados Unidos), Viktór Orbán (Hungria) e Vladimir Putin (Rússia).

Michel Temer, também do MDB e que governou entre 2016 e 2018, decidiu adotar uma posição neutra. Temer indicou que aplaudirá a candidatura que, além de “defender a democracia”, mantenha “as reformas já realizadas” e que proponha “ao Congresso Nacional as reformas que já estão na agenda do país”.

Fernando Collor, do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), que esteve à frente do país entre 1990 e 1992, declarou que “esse é o momento de buscarmos os indecisos, reforçar as nossas bandeiras e escolher a melhor opção para o bem do Brasil”, defendendo Bolsonaro nas redes.

Lula e Bolsonaro continuam com 50% e 43% dos votos, respetivamente, segundo uma sondagem do IPEC, divulgada na segunda-feira, com uma margem de erro de dois pontos percentuais. Excluindo os votos brancos ou nulos e os indecisos, Lula fica com 54% e Bolsonaro com 46% dos votos válidos. A rejeição de Lula está nos 41% e a de Bolsonaro nos 47%.

Lula da Silva não tentará a reeleição

Na terça-feira, Lula afirmou numa mensagem nas redes sociais que Bolsonaro vencer, não tentará um quarto mandato. “Eu se eleito serei um Presidente de um mandato só. Os líderes se fazem trabalhando, no seu compromisso com a população”, escreveu no Twitter.

O ex-presidente, que lidera uma frente progressista formada por 11 partidos de esquerda, já havia declarado em julho que, se vencesse as eleições deste ano, preferia entregar a liderança do seu Governo “a gente nova” em 2026 e não assumir o seu mandato “pensando em reeleição”.

O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, aparece num vídeo publicado na terça-feira pela campanha de Lula, no qual anuncia o seu apoio pessoal ao candidato do PT.

A segunda volta das eleições presidenciais brasileiras decorrem no próximo domingo.

ZAP //

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