Novo livro de sobrinho de Trump revela incidente racista do ex-Presidente

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(dv) Saudi Press Agency

O antigo presidente dos EUA, Donald J. Trump, à saída do primeiro-avião, o Air force One

O livro, que ainda não foi publicado, relata um incidente onde Trump terá utilizado um termo racista e culpado negros pelo vandalismo do seu carro.

Num novo livro revelador, “All in the Family: The Trumps and How We Got This Way”, Fred C. Trump III, sobrinho de Donald Trump, relata um incidente perturbador que envolveu o uso de linguagem racista pelo seu tio.

O The Guardian obteve uma cópia antecipada do livro, que só será publicado na próxima terça-feira. Um excerto revela que Donald Trump terá usado furiosamente a polémica “n-word” depois de descobrir que alguém tinha danificado o seu Cadillac Eldorado descapotável.

O incidente terá acontecido início da década de 1970, a casa dos pais de Donald Trump em Queens, Nova Iorque. Trump III afirma que o seu tio ficou enraivecido com os danos no seu carro e que culpou imediatamente os negros, mesmo sem ter visto quem tinha sido o responsável.

“‘Niggers’, lembro-me de ele dizer com nojo. Olha o que os niggers fizeram”, escreve Fred Trump III, descrevendo a reação do seu tio.

Nos Estados Unidos, a “n-word” refere-se à palavra nigger, um termo com uma pesada carga racista devido às suas raízes na escravatura, sendo um insulto usado pelos donos de escravos em referência aos negros.

Desde então, a palavra foi reclamada pela comunidade afro-americana, que usa a derivação “nigga” de forma informal, com um significado semelhante a companheiro ou amigo. No entanto, ambas as palavras são consideradas muito ofensivas quando usadas por brancos — especialmente nigger, com o chamado “r duro”.

Esta revelação do sobrinho de Trump surge numa altura especialmente crítica, dado a campanha presidencial tumultuosa de Donald Trump contra Kamala Harris, a primeira mulher negra a ocupar o cargo de vice-presidente.

O livro aborda ainda controvérsias mais recentes, como o infame apelo de Donald Trump à pena de morte para os Cinco do Central Park, um grupo de adolescentes negros injustamente condenados pela violação de uma mulher branca em 1989.

Não é a primeira vez que surgem rumores de que Trump usa linguagem racista em privado. Um dos boatos mais persistentes refere-se a uma suposta cassete da altura em que era o apresentador do reality show “The Apprentice”, onde Trump terá usado novamente a n-word. Embora essa cassete não tenha vindo à tona, a ex-concorrente Omarosa Manigault afirmou tê-la ouvido. Trump negou sempre as alegações.

Mary Trump, irmã de Fred C. Trump III, também escreveu o bestseller “Too Much and Never Enough”, publicado em 2020. Durante a promoção do livro, Mary acusou o tio de ser “claramente racista”. “Não creio que isso deva surpreender ninguém, dado o quão virulentamente racista ele é hoje”, rematou.

Adriana Peixoto, ZAP //

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2 Comments

  1. A “eles”?, quem são “eles” no seu entender, uma vez que a notícia refere que ele o disse mesmo sem ter visto quem tinha sido o responsável!?… Enfim…

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