“Leite excessivamente barato acabou”, avisa presidente da Agros

O presidente Agros diz que, a continuar assim, a curto/médio prazo poderá não haver leite nacional para abastecer as necessidades dos portugueses”.

Em entrevista à Rádio Renascença, o presidente da Agros, Idalino Leão, avisou que o paradigma do “leite excessivamente barato ao consumidor acabou”, depois de os custos de produção terem subido cerca de 50% no último ano.

A Agros é uma união de cooperativas leiteiras, representando 44 cooperativas com aproximadamente 900 produtores de leite. No entanto, nos últimos dois anos, quase 300 explorações foram encerradas.

Idalino Leão alerta que, se nada for feito, o processo de desaparecimento do setor leiteiro em Portugal pode tornar-se uma realidade num futuro próximo.

O risco de Portugal não ter leite nacional nas prateleiras dos supermercados é real. O presidente da Agros considera que a única solução é aumentar os preços.

“O preço do litro de leite, que dá para alimentar uma família média de quatro pessoas por dia, é mais barato do que um café. E, em média, os portugueses tomam dois ou três cafés por dia. Eu acho que isso nos devia fazer pensar a todos”, atira Idalino Leão.

“Neste momento, é mais caro em cerca de 50% produzir um litro de leite do que era no período homólogo”, diz ainda o gestor, salientando que o preço do leite para o produtor subiu de 18 a 20%.

Segundo os dados de julho do INE, “o preço da categoria leite/queijos subiu ao consumidor 11%”.

“Neste momento, a curto prazo, se o preço não acompanhar a subida nos três elos da cadeia, não tenho a menor dúvida que a curto/médio prazo poderá não haver leite nacional para abastecer as necessidades dos portugueses”, avisa o presidente da Agros, em declarações à Renascença.

ZAP //

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