Depois de mais de meio século, a famosa Lei de Moore vai finalmente chegar ao fim, com o desenvolvimento informático a seguir mais no sentido da eficiência energética e da integração de diferentes componentes num único chip.
A Lei de Moore, elaborada por Gordon Earle Moore, determina que o número de transístores num circuito integrado duplica a cada dois anos, mantendo o custo de fabrico mínimo.
Ao longo dos anos, a previsão feita em 1965 pelo co-fundador da Intel Corporation para um artigo na revista Electronics já sofreu algumas revisões e alterações, mas na sua essência continua a ser aquela a que muitas vezes é associada: que os computadores vão duplicando de potência a cada dois anos, com custos idênticos ou inferiores.
Por exemplo, em 1971 o CPU Intel 4004 tinha 2.300 transístores, enquanto hoje em dia o CPU que equipa uma XBox One tem cerca de cinco mil milhões.
Ao longo das décadas isso foi conseguido à custa de uma miniaturização cada vez maior, e mesmo quando surgiam dificuldades que pareciam intransponíveis, lá se foi arranjando forma de as superar e seguir a progressão prevista pela Lei de Moore.
No entanto, este ano, a International Technology Roadmap for Semiconductors (ITRS), composta por gigantes da indústria como a Intel, AMD, TSMC, GlobalFoundries e IBM, vai deixar de seguir a Lei de Moore como guia e apostar na promoção de processos de produção que facilitem a criação de chips integrados que combinem múltiplas funções.
Em vez de termos um chip apenas com um CPU e uma cache, o objetivo será juntar num único chip coisas como o WiFi, GPS, acelerómetros, etc.
A Intel já tinha afirmado recentemente que pretende voltar seus investimentos para a eficiência energética, em vez de dar prioridade ao desempenho das máquinas.
William Holt, vice-presidente executivo da empresa, afirmou na Solid State Circuits Conference, em San Francisco (Califórnia), que “vamos ver algumas transições bastante grandes”.
“As novas tecnologias vão ser fundamentalmente diferentes. As melhores e mais puras melhorias na tecnologia que vamos fazer trarão benefícios no consumo de energia, mas vão reduzir a velocidade”, destacou o executivo da Intel.
Estas mudanças vão mais ao encontro das necessidades dos chips usados nos equipamentos mobile, mas que não deixarão de fazer com que os fabricantes continuem a esticar os limites daquilo que se pensa ser (im)possível fazer.
Uma curiosidade: a lei de Moore morreu antes do seu criador, que foi CEO da Intel entre 1975 e 1987. Atualmente com 87 anos, tem uma fortuna avaliada em mais de seis mil milhões de dólares.
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