O fóssil do animal foi descoberto em Marrocos e indica que seria um nadador rápido e um grande caçador.
Uma nova espécie de mosassauro do período Cretáceo, chamada Khinjaria acuta, foi descoberta em Marrocos.
A nova espécie destaca-se pelos seus dentes afiados como punhais e um crânio de formato incomum, até mesmo para os padrões pré-históricos.
Esta descoberta foi feita por uma equipa internacional no depósito de fosfatos de Sidi Chennane, na Bacia de Oulad Abdoun, província de Khouribga, e relatada num estudo publicado na Cretaceous Research. A pesquisa revela novos dados sobre a diversidade marinha no Cretáceo Tardio, há cerca de 66 milhões de anos.
Khinjaria acuta, cujo nome deriva das palavras árabes e latinas para “daga” e “afiado”, respectivamente, era um plioplatecarpo, um grupo especializado de mosassauros conhecidos por serem nadadores rápidos e caçadores especializados.
O fóssil encontrado consiste em partes do crânio, algumas vértebras, parte da mandíbula e os dentes, sugerindo que o animal tinha um tamanho comparável ao de uma orca moderna, com cerca de 7 a 8 metros de comprimento.
A análise indica que Khinjaria acuta está é um parente próximo de outra espécie, Goronyosaurus nigeriensis, ambos caracterizados por um focinho curto e uma parte posterior do crânio alongada, o que sugere uma mordida lenta, mas com uma força impressionante.
Esta característica, juntamente com a morfologia dos dentes, leva os investigadores a suspeitar que a dieta de Khinjaria incluía grandes espécies de peixes, talvez até tubarões ou outros mosassauros, explica o IFLScience.
Os investigadores propõem que o animal possa ter adotado uma estratégia de caça incomum para evitar competição com outros predadores da época, possivelmente utilizando o olfato como um sentido crucial para caçar à noite ou em águas turvas, uma hipótese apoiada pelo pequeno tamanho das suas órbitas oculares e a forma do seu focinho.
Este estudo contribui para o entendimento de que os ecossistemas oceânicos antigos eram significativamente diferentes dos atuais, capazes de sustentar múltiplos predadores de topo que se alimentavam de grandes presas, o que contrasta com os ecossistemas marinhos modernos, onde apenas alguns grandes predadores, como as orcas e os tubarões brancos, dominam o topo da cadeia alimentar.