Japão: combater incêndios com espuma sem químicos. Vegetação regressa rapidamente

Fully Handoko / EPA

Depois do combate a um terramoto, e do sucesso na Indonésia, investigadores querem utilizar a espuma em incêndios florestais.

17 de Janeiro de 1995. Kobe, no Japão, foi a cidade que mais sofreu com o terramoto de 20 segundos que matou mais de 6 mil pessoas.

Nessa altura, uma das armas utilizadas pelas autoridades locais, para tentar evitar maiores estragos, foi uma espuma de combate a incêndios – as bocas-de-incêndio e as cisternas foram destruídas pelo terramoto e não foi possível armazenar muita água.

27 anos depois, destaca a Euronews, a ideia de muitos investigadores japoneses é passar a utilizar frequentemente essa espuma, durante os combates ao incêndios.

Em Kitakyushu, cidade que foi afectada por 10 fogos florestais em 2021, uma universidade e uma empresa de sabão têm ajudado os bombeiros daquela cidade a aperfeiçoar a espuma.

A solução é uma mistura de sabão de origem natural em água. Não contém químicos, é biodegradável e funciona através de gotículas de água.

“Quando o agente extintor é misturado, a gotícula de água não se consegue formar e torna-se aderente. Portanto, o produto é bem absorvido nas aberturas dos tecidos ou da madeira”, explicou Masaaki Sakamoto, gerente do Departamento de Gestão de Incêndios e Desastres de Kitakyushu.

Análises da Universidade de Kitakyushu demonstram que esta espuma é até 266 vezes menos prejudicial do que outras versões sintéticas.

Esta inovação já foi testada na Indonésia. Foi utilizada, entre outras experiências, num teste de incêndio e 10 meses depois a vegetação estava novamente a crescer. “Têm sido resultados muito bons”, assegurou Kitso Kusin, coordenador de campo do laboratório de Palang Karaya, na Indonésia.

Há outro factor importante: a utilização de água pode cair 17 vezes, graças a esta solução. Combate incêndios e ajuda o ambiente.

Já há conferências académicas internacionais nas quais esta espuma é debatida. O próximo passo dos responsáveis da Universidade de Kitakyushu é testar a espuma em Chiang Mai, na Tailândia.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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