Uma equipa de cientistas descobriu um mecanismo genético que influencia os padrões das asas das borboletas.
O código genético contido nas células das asas das borboletas em desenvolvimento dita a disposição específica da cor nas escamas das asas semelhante à disposição dos pixéis coloridos para formar uma imagem digital.
Segundo o Phys.org, a equipa descobriu que um gene que produz uma molécula de RNA, e não uma proteína como se pensava anteriormente, controla o local onde os pigmentos escuros são produzidos durante a metamorfose da borboleta.
Num novo estudo, publicado na semana passada no Proceedings of the National Academy of Sciences, os investigadores utilizaram a técnica de edição do genoma CRISPR.
Através desse método, demonstraram que quando se remove o gene que produz a molécula de ácido ribonucleico (RNA), as borboletas perdem as suas escamas pigmentadas de preto, mostrando uma ligação entre a atividade do ácido ribonucleico e o desenvolvimento dos pigmentos escuros.
Os investigadores exploraram ainda a forma como a molécula de RNA funciona durante o desenvolvimento das asas e observaram uma correlação entre o local onde o composto é expresso e o local onde se formam as escamas negras.
A investigação revelou que o RNA recentemente descoberto é responsável por combinar a distribuição de pigmentos escuros em várias espécies de borboletas que divergiram há cerca de 80 milhões de anos.
“O resultado consistente obtido a partir de mutantes CRISPR em várias espécies demonstra que este gene de RNA não é uma invenção recente, mas um mecanismo ancestral fundamental para controlar a diversidade dos padrões das asas”, conclui o coautor do estudo, Riccardo Papa.
Assim, estas descobertas não só desafiam suposições de longa data sobre a regulação genética, mas também abrem novas vias para estudar a forma como as caraterísticas visíveis evoluem nos animais.