Já se sabe o que controla a coloração das asas das borboletas

Luca Livraghi

Borboleta com uma asa alterada pela edição do gene CRISPR, resultando numa mudança no seu padrão de cor

Uma equipa de cientistas descobriu um mecanismo genético que influencia os padrões das asas das borboletas.

O código genético contido nas células das asas das borboletas em desenvolvimento dita a disposição específica da cor nas escamas das asas semelhante à disposição dos pixéis coloridos para formar uma imagem digital.

Segundo o Phys.org, a equipa descobriu que um gene que produz uma molécula de RNA, e não uma proteína como se pensava anteriormente, controla o local onde os pigmentos escuros são produzidos durante a metamorfose da borboleta.

Num novo estudo, publicado na semana passada no Proceedings of the National Academy of Sciences, os investigadores utilizaram a técnica de edição do genoma CRISPR.

Através desse método, demonstraram que quando se remove o gene que produz a molécula de ácido ribonucleico (RNA), as borboletas perdem as suas escamas pigmentadas de preto, mostrando uma ligação entre a atividade do ácido ribonucleico e o desenvolvimento dos pigmentos escuros.

Os investigadores exploraram ainda a forma como a molécula de RNA funciona durante o desenvolvimento das asas e observaram uma correlação entre o local onde o composto é expresso e o local onde se formam as escamas negras.

A investigação revelou que o RNA recentemente descoberto é responsável por combinar a distribuição de pigmentos escuros em várias espécies de borboletas que divergiram há cerca de 80 milhões de anos.

“O resultado consistente obtido a partir de mutantes CRISPR em várias espécies demonstra que este gene de RNA não é uma invenção recente, mas um mecanismo ancestral fundamental para controlar a diversidade dos padrões das asas”, conclui o coautor do estudo, Riccardo Papa.

Assim, estas descobertas não só desafiam suposições de longa data sobre a regulação genética, mas também abrem novas vias para estudar a forma como as caraterísticas visíveis evoluem nos animais.

Soraia Ferreira, ZAP //

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