Alaa Bardaneh / EPA
Este é o maior ataque em Jenin desde a batalha de 2002, durante a Segunda Intifada. Já há cinco mortes confirmadas.
Israel lançou esta segunda-feira uma grande ofensiva terrestre e aérea na cidade de Jenin, na Cisjordânia. De acordo com o The Guardian, esta é a maior incursão israelita no território palestiniano dos últimos 20 anos, depois da Batalha de Jenin durante a Segunda Intifada, em 2002.
O ataque começou por volta da uma da manhã e já morreram cinco palestinianos e outros 28 ficaram feridos. O Ministério da Saúde da Palestina antecipa que estes números ainda vão subir. Só este ano, 133 palestinianos já perderam a vida em conflitos com Israel na Cisjordânia.
Num comunicado em conjunto com os serviços de inteligência, as forças israelitas afirmam que o ataque tem como alvo um centro de comandos do grupo militante Brigada de Jenin, localizado no campo de refugiados da cidade onde vivem 11 mil pessoas.
Os residentes queimaram pneus que encheram o ar de fumo negro e ouviram-se chamadas dos combatentes nas mesquitas. Já foram feitos pelo menos 10 ataques com drones e entre 1000 e 2000 soldados israelitas estão no local e já controlam todas as entradas do campo de refugiados
Um porta-voz para o Presidente da Palestina, Mahmoud Abbas, condenou a operação como “um novo crime de guerra conta o nosso povo indefeso”. Um condutor de ambulâncias na zona também descreve a situação como “uma verdadeira guerra”. “Todas as vezes que levamos entre cinco e sete ambulâncias voltamos cheios de pessoas feridas”, refere.
Esta incursão surge numa altura em que há cada vez mais pressão dentro de Israel para uma resposta mais dura a uma série de ataques aos colonatos israelitas no território palestiniano, como um tiroteio na semana passada que matou quatro pessoas.
A operação gerou protestos durante a noite em toda a Cisjordânia, inclusive num posto de controle perto da cidade de Ramallah, onde um palestino morreu após ser baleado na cabeça pelo exército.
Uma declaração do grupo Jihad Islâmica apoiado pelo Irão em Gaza disse: “A resistência enfrentará o inimigo e defenderá o povo palestiniano e todas as opções estão abertas para atacar o inimigo e responder à sua agressão a Jenin”.
