Isabel dos Santos tem 17 processos em Portugal. Tchizé tem fortuna congelada

Isabel dos Santos tem 17 processos abertos contra si em Portugal. A sua irmã, Tchizé dos Santos, tem 1,4 milhões de euros congelados.

Entre outras coisas, na sua recente e polémica entrevista à CNN Portugal, Tchizé dos Santos acusou Portugal de a estar “a difamar através dos tribunais”.

“Sou cidadã portuguesa e não sinto segurança jurídica para estar” no país, porque o “Governo português já baixou as orelhas” a João Lourenço, apontou.

O Observador adianta que Tchizé está sem acesso a 1,4 milhões de euros, que lhe foram congelados pelas autoridades portuguesas. Suspeitas de fraude fiscal e branqueamento são as razões que levaram ao arresto, resultante de um inquérito criminal que lhe foi aberto.

O jornal online escreve que os 1,4 milhões são relativos a uma sociedade offshore que ganhou a concessão da Televisão Pública de Angola (TPA), existindo suspeitas de favorecimento nesse ajuste direto.

No ano passado, o juiz Ivo Rosa ordenou que a suspensão da conta de Tchizé fosse levantada por falta de indícios mas, por recurso do Ministério Público, o Tribunal da Relação de Lisboa revogou a ordem.

O Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) está também a investigar suspeitas de favorecimento a empresas de Tchizé dos Santos e do seu marido Hugo Pêgo no financiamento de projetos imobiliários em Portugal.

Já a sua irmã, Isabel dos Santos, tem 17 processos abertos em tribunal. Todos os seus bens em Portugal — avaliados em várias centenas de milhões de euros — também foram congelados a pedido de Angola.

Em causa estão investigações por alegado desvio de fundos públicos angolanos para adquirir participações sociais em empresas portuguesas e angolanas.

Em Angola, Isabel dos Santos também é suspeita da prática de crimes de burla qualificada e abuso de confiança. Há dois anos, viu o valor do arresto subir para 5 mil milhões de euros.

A maior parte dos 17 processos em aberto contra a filha do falecido José Eduardo dos Santos dizem respeito a suspeitas de branqueamento de capitais, tendo muitos deles surgido após o caso Luanda Leaks.