Irão acusa Israel de ataque a central nuclear e promete “vingança”

World Economic Forum / Flickr

Hassan Rohani, Presidente do Irão

O Irão acusou Israel de responsabilidade num ataque que atingiu, este domingo, a instalação de enriquecimento de urânio de Natanz, deixando entender que se registaram danos nas centrifugadoras, e prometendo “vingança”.

“Com esta ação, o regime sionista vingou-se do povo iraniano pela paciência e sabedoria que demonstrou enquanto aguardava pelo levantamento das sanções”, disse o porta-voz dos Negócios Estrangeiros do Irão, Said Khatibzadeh, numa conferência de imprensa em Teerão.

Este domingo, a televisão estatal iraniana, citando o porta-voz do programa nuclear civil do Irão, noticiou que as instalações nucleares de Natanz tinham sofrido um “incidente” na rede de distribuição elétrica.

O porta-voz, Behrouz Kamalvandi, não forneceu mais detalhes, adiantando apenas que não se registaram feridos. “Houve um acidente numa parte da rede elétrica da instalação de enriquecimento”, disse.

O “acidente” aconteceu um dia depois do lançamento de novas cascatas de centrifugadoras no complexo Shahid-Ahmadi-Rochan, em Natanz, no dia em que o Presidente iraniano, Hassan Rohani, inaugurou remotamente a nova fábrica de montagem de centrifugadoras.

As novas centrífugadoras oferecem ao Irão a capacidade de enriquecer urânio mais rapidamente e em maiores quantidades, em volumes e com um grau de refinamento proibido pelo acordo de 2015 alcançado em Viena entre o país e a comunidade internacional.

Os Estados Unidos rescindiram unilateralmente esse acordo em 2018, durante a Administração Trump, restabelecendo as sanções que tinham sido levantadas ao abrigo desse pacto. Em retaliação, o Irão afastou-se da maioria dos compromissos-chave que assumiu em Viena para refrear as suas atividades nucleares, desde 2019.

Estão em curso conversações em Viena entre o Irão e os outros Estados partes no acordo de 2015 (China, França, Alemanha, Grã-Bretanha e Rússia) sobre como fazer regressar os EUA ao pacto e o Irão ao pleno cumprimento dos seus compromissos. Teerão sempre negou querer uma bomba atómica e Rohani reiterou no sábado que todas as atividades nucleares do seu país eram puramente “pacíficas”.

ZAP // Lusa

 

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