Investigadores mais perto de descobrir razão da morte súbita em bebés

 

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Uma descoberta de investigadores norteamericanos abre caminho para a criação de um teste que permita distinguir as mortes que podem ser atribuídas à Síndrome da Morte Súbita do Latente das outras causas de morte dos bebés.

O pesadelo de todos os pais e a razão pela qual pediatras e enfermeiros insistem na importância do bebé dormir de costas e sempre sob vigilância, nos primeiros meses: a Síndrome da Morte Súbita do Lactente – SMSL – que ataca principalmente recém nascidos entre os dois e os sete meses de idade, embora, por definição, a Síndrome abranja mortes inexplicadas até ao primeiro ano de idade.

Apesar de todos os avanços e estudos e de uma diminuição no número de casos ocorridos nos últimos 20 anos, as suas causas continuam por apurar e essa pode ser uma das partes mais assustadoras.

As estatísticas internacionais apontam para dois casos de SMSL em cada mil nascimentos e, em Portugal, os dados conhecidos rondam os 0,1/0,2 por cada mil nascimentos.

Depois de em 2010 um estudo publicado no Journal of the American Medical Association ter descoberto uma relação entre a Síndrome e níveis baixos de serotonina – um neurotransmissor responsável pela regulação do sono, depressão e outros distúrbios de humor, entre outras coisas – no cérebro, uma nova investigação vem agora focar-se nos níveis do mesmo químico neurotransmissor mas agora no sangue.

O novo estudo concluiu que em quase 20 dos 61 bebés cujas mortes foram classificadas como SMSL, os níveis de serotonina no sangue estavam muito elevados.

Segundo a Visão, um estudo publicado esta semana no Proceedings of the National Academy of Sciences mostra que níveis mais ou menos elevados de serotonina podem indicar vulnerabilidade que pode aumentar o risco de morte súbita do bebé, consoante a parte do corpo.

Rosemary Higgins, neonatologista do Instituto Nacional americano da Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano, confessa que esta é uma descoberta muito “empolgante”, mas que ainda é “necessário fazer mais investigação, que pode levar a um teste forense para distinguir as mortes por SMSL de outras causas de morte infantil”.

Distinguir as mortes que aconteceram devido à Síndrome de outras causas de morte infantil pode ser difícil, uma vez que o sufocamento acidental, por exemplo, é contabilizado como SMSL.

A possibilidade de um teste que ajude a determinar os óbitos verdadeiramente por SMSL dos outros representa um avança significativo e é um passo para ajudar os médicos a compreender melhor a síndrome. A longo prazo, sublinha Higgins, o teste abre caminho para o desenvolvimento de uma forma de testar recém nascidos considerados de risco.

Os investigadores sublinham, no entanto, que apenas testaram os níveis de serotonina, pelo que desconhecem se os 19 bebés com níveis anormalmente elevados do neurotransmissor tinham quaisquer outros problemas em comum.

ZAP //

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