Uma forma de Inteligência Artificial, que deteta o Alzheimer através da análise de uma combinação de imagens da retina, pode ser uma nova arma preditiva, revela um novo estudo.
No Alzheimer, é importante ter um diagnóstico preciso o mais cedo possível, para determinar se a situação clínica da pessoa é devida ao Alzheimer ou se os sintomas estão a ser causados por outra doença, diferente ou rara, que requeira um tratamento específico.
A doença de Alzheimer é um tipo de demência que provoca uma deterioração global, progressiva e irreversível de diversas funções cognitivas, como a memória, a atenção, a concentração, a linguagem e o pensamento, entre outras. O Alzheimer afeta várias áreas cerebrais, perdendo-se certas funções ou capacidades. Quando a pessoa perde uma capacidade, raramente consegue voltar a recuperá-la ou reaprendê-la.
Segundo o Futurity, o novo software de computador analisa a estrutura da retina e os vasos sanguíneos em imagens do interior do olho que foram correlacionadas a mudanças cognitivas. Assim, a análise de imagens da retina pode constituir uma forma não-invasiva de detetar a doença de Alzheimer em pacientes.
“O diagnóstico da doença de Alzheimer muitas vezes depende de sintomas e testes cognitivos”, explica a autora principal Sharon Fekrat. “Os testes adicionais para confirmar o diagnóstico são invasivos, caros e apresentam alguns riscos”.
“Ter um método mais acessível para identificar a doença de Alzheimer pode ajudar os pacientes de várias maneiras, incluindo melhorar a precisão do diagnóstico, permitir a entrada em ensaios clínicos mais cedo no curso da doença e planear os ajustes necessários no estilo de vida”, acrescentou.
Os cientistas perceberam que pacientes com Alzheimer apresentavam uma diminuição da densidade da rede de vasos capilares em torno do centro da mácula. Sabendo isto, treinaram uma tecnologia de machine learning para identificar os casos em que as retinas poderiam sugerir que o paciente tinha indícios de Alzheimer.
“Testamos várias abordagens diferentes, mas o nosso modelo de melhor desempenho combinou imagens retinais com dados clínicos do paciente”, disse o coautor C. Ellis Wisely. O investigador salientou que a Inteligência Artificial diferenciou, com sucesso, pessoas saudáveis de pacientes de Alzheimer.
Os resultados do estudo foram publicados recentemente na revista científica British Journal of Ophthalmology.