Viaturas do INEM estão instaladas no quartel dos Bombeiros Voluntários de Mirandela. É um protocolo “escandaloso”.
O quartel da Associação dos Bombeiros Voluntários de Mirandela tem, no seu parque, viaturas do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
Com isso, tem também um prejuízo mensal de 5 mil euros.
O presidente dos bombeiros de Mirandela explica na rádio TSF que houve um protocolo assinado há pouco mais de dois anos entre a Liga dos Bombeiros Portugueses e o INEM.
O documento é sobre os valores atribuídos às corporações para subsidiar a actividade pré-hospitalar, no âmbito do sistema integrado de emergência médica.
É um protocolo “escandaloso”, afirma o presidente Sílvio Santos: “As associações humanitárias têm as viaturas INEM instaladas nos seus quartéis, simplesmente pela responsabilidade social que têm para com as populações – porque, financeiramente, são caóticos”.
Olhando para números: “O INEM atribui mensalmente uma verba fixa à nossa associação de 4890 euros. Faturamos mensalmente ao INEM, uma média de 7000 euros, o que totaliza cerca de 12000 euros. Se considerarmos que, para garantir o serviço 24 horas por dia, em duas viaturas, temos de ter no mínimo 10 trabalhadores efectivos para o efeito, não é difícil perceber que todos os meses temos prejuízo, porque ainda temos de suportar os custos com combustível, pneus, reparações e consumíveis diários”.
Sílvio Santos espera que isso não aconteça mas avisa que este protocolo pode mesmo colocar em causa a qualidade na prestação de serviços.
“A vontade que dá é de parar mas nenhuma direcção tem coragem para mandar o INEM embora, pela responsabilidade social que têm”, justificou.
António Nunes, presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, não garante que o custo passe a ser “zero” em 2024, mas está em conversações com o INEM para não agravar a situação actual.