Índios da Amazónia têm apenas 1% de níveis de demência

2

Marcello Casal Jr / ABr

Investigadores não conseguiram isolar os fatores que causam uma diferença tão significativa.

A maneira como a doença Alzheimer impacta a vida dos que dela sofrem – e daqueles que vivem em seu redor – está há muito documentada, ao contrário dos motivos que estão na origem do seu aparecimento e das alterações cerebrais associadas, mas também da cura ou forma de a prevenir.

Ainda assim os investigadores não param de tentar encontrar respostas, com uma equipa a desenvolver um novo estudo com índios provenientes da floresta Amazónia.

De acordo com os resultados apresentados, os membros das tribos estudadas apresentaram alguns dos níveis mais baixos de demência do mundo.

Uma das aparentes justificações para esta discrepância tem que ver com a existência de algum fator na vida pós-industrial que eleva as probabilidades de os indivíduos sofrerem de problemas mentais. No entanto, tal não significa que devemos começar a caçar e abandonar as nossas casas.

Segundo o Science Alert, dois grupos de indivíduos da Amazónia boliviana foram estudados: os Mosetén e os Tsumane.

Os autores do estudo concluíram que entre os participantes mais velhos, apenas 1% apresentava níveis de demência, um valor que aumentava para 11% no grupo de referência dos Estados Unidos da América, constituído por pessoa com mais de 65 anos.

“Há algo no estilo de vida pré-industrial que parece proteger estes indivíduos da demência”, aponta Margaret Gatz, psicóloga da Universidade Southern California.

Os estudos foram desenvolvidos com recurso a tomografia computorizada (TAC), avaliações cognitivas e questionários adaptados à cultura dos indivíduos em causa.

Apesar de os níveis de demência serem predominantemente baixos, uma forma menos severa foi também encontrada em valores semelhantes aos dos países mais desenvolvidos, como os Estados Unidos da América: cerca de 8% da população de Tsimane e 10% da população de Mosetén com mais de 60 anos de idade mostraram sinais da sua presença.

Para os especialistas, apesar de serem óbvias as diferenças entre um estilo de vida pós-industrial e o das tribos, é difícil isolar os fatores de risco. Para além disso, alguns dos grupos optaram por hábitos contemporâneos.

Os índios Mosetén estão menos isolados do que o grupo Tsimane, por exemplo, e vivem perto de urbanizações e escolas, assim como acesso a água potável.

ZAP //

2 Comments

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.