Para muitas pessoas que convivem com a asma, é costume sair de casa com uma bombinha — o nome popular dado para as medicações inalatórias usadas em caso de crise asmática, como broncodilatadores e corticoides.
No entanto, esta dependência do dispositivo pode ficar no passado, se depender de um grupo de cientistas chineses que descobriu, muito possivelmente, a cura da asma em testes com animais.
O tratamento experimental desenvolvido na China para a cura da asma é inspirado na última tecnologia de combate ao cancro, as células CAR-T. Em pacientes oncológicos, estas células editadas geneticamente combatem os tumores. Neste novo caso, elas são usadas para combater as células que causam a inflamação pulmonar.
Em roedores, a nova forma de tratamento da asma demonstrou ser bastante eficaz, como os investigadores da Universidade Tsinghua detalham num artigo publicado na revista Nature Immunology. Agora, o próximo passo envolve testar as células CAR-T em pessoas com asma, durante as três fases de testes clínicos.
Se os resultados forem positivos e a terapia for considerada segura, há uma nova esperança para as 300 milhões de pessoas que convivem com asma no mundo. As formas mais graves de asma, como a tipo 2, provocam a morte de 250 mil pessoas todos os anos.
Tratamento contra a asma
Por causa da asma, as vias aéreas do paciente incham e estreitam, o que dificulta a respiração. Dependendo da intensidade da crise e do histórico do paciente, a condição pode ser fatal, especialmente se ocorre uma paragem cardiorrespiratória — por isso, as bombinhas são tão importantes no dia a dia.
As complicações da asma, como o estreitamento das vias, estão relacionados com os eosinófilos, um tipo de glóbulo branco com potencial inflamatório. Quando o paciente tem sinais de crise asmática, os níveis dos eosinófilos aumentam no sangue. Em condições normais, isso protegeria o paciente contra infeções, mas, aqui, a resposta é exagerada e negativa.
Nestes casos, os medicamentos para asma, como os esteroides inalados, podem reduzir a intensidade da resposta imunológica, aliviando os sintomas. No entanto, isso não representa uma cura definitiva, mas, sim, o controlo dos sintomas.
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