IL conta eleger mais de dois deputados e Cotrim de Figueiredo admite demitir-se caso resultado não seja alcançado

Manuel de Almeida / Lusa

O presidente da Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo

O presidente da Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo

Apesar de reconhecer que dificilmente o PSD conseguirá a maioria absoluta nas eleições de setembro, líder da Iniciativa Liberal admite viabilizar uma solução governativa com os sociais democratas e até integrar um Governo.

João Cotrim de Figueiredo promete não ficar agarrado ao lugar de deputado e de líder da Iniciativa Liberal caso o partido não alcance o resultado esperado nas próximas eleições legislativas de janeiro de 2022. E qual é o resultado esperado? Eleger cinco deputados em Lisboa, Porto e talvez Braga, Setúbal e Aveiro — e, ao mesmo tempo, conseguir uma votação global na ordem dos 4,5%.

O que seria um “péssimo resultado”? Manter um deputado ou eleger dois. São estas as expectativas de Cotrim de Figueiredo, que se prepara para, na convenção nacional do partido, defender a estratégia global Preparados para Liberalizar Portugal e concorrer à reeleição.

Mesmo assim, garante que caso os objetivos não sejam alcançados, nada deverá acontecer à Iniciativa Liberal, um partido que, lembra, é novo e concorre às segundas legislativas em dois anos, pelo que “não é fácil fazer extrapolações“.

Em entrevista ao Público e à Rádio Renascença, o deputado e líder partidário assume a possibilidade de o PSD de Rio ganhar as eleições com maioria absoluta, apesar de não ser esse o cenário que as sondagens mostram atualmente.

Caso seja chamado a participar numa solução governativa com os sociais-democratas, Cotrim Figueiredo destaca a facilidade com que conseguiria entendimentos ao nível do “choque fiscal, com o caminho claro para uma simplificação e desagravamento fiscal a nível do IRS e IRS”. Simultaneamente, também poderá existir uma convergência na reforma do Serviço Nacional de Saúde, com vista à introdução da liberdade de escolha dos utentes e a noção do Estado financiador e não do Estado prestador. Caso haja concórdia nestes pontos, a IL pode até, pela voz do seu líder, integrar um Governo — relembrando o caso dos Açores.

“Temos dez pontos com o Governo do PSD e, enquanto estiverem a ser cumpridos, viabilizaremos o Governo. Este ano já houve algumas dificuldades em que as coisas fossem cumpridas exatamente. Chegou-se a bom porto, continuamos a apoiar o Governo, mas sempre numa lógica de exigência: está escrito, o que se combina com a IL nós cumprimos e esperamos que os outros cumpram também.”

Relativamente à compatibilidade da Iniciativa Liberal com o Chega, João Cotrim de Figueiredo sublinha que se opõe a tudo o que possa ferir os “princípios liberais“.

Já sobre quais serão as suas prioridades na próxima legislativa caso continue como deputado, o líder da Iniciativa Liberal destaca a revisão do sistema eleitoral, com círculos uninominais e um nacional, assim como a eutanásia — mas só se outro partido der o primeiro passo.

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.