Fim dos “votos deitados ao lixo”. IL propõe criação de círculo nacional de compensação

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António Pedro Santos / Lusa

Cotrim Figueiredo com Rui Rocha na convenção da Iniciativa Liberal

O partido defende a criação de um círculo nacional de compensação que dê maior expressividade aos partidos pequenos e evite o desperdício de votos.

O número total de votos no CDS nas últimas eleições legislativas seriam suficientes para a eleição de um deputado se estivessem concentrados no mesmo círculo eleitoral. No entanto, por estarem espalhados pelo país, o partido acabou por não eleger ninguém e saiu do Parlamento pela primeira vez na democracia portuguesa.

É para evitar situações como esta que a Iniciativa Liberal (IL) propôs a criação de um “círculo de compensação” nas eleições legislativas, com o objetivo de evitar o desperdício de votos e dar maior representatividade a partidos menores.

O partido defende que, segundo o sistema atual, cerca de 730 mil votos nas últimas eleições não resultaram na eleição de qualquer representante. Desde o 25 de Abril, mais de oito milhões de votos foram “descartados”, cita a TSF.

De acordo com a proposta, os 40 assentos deste círculo seriam redistribuídos proporcionalmente dos círculos existentes, mantendo o número total de 230 assentos na Assembleia da República. A IL afirma que, se essa medida estivesse em vigor, partidos como o CDS-PP e o RIR teriam conseguido eleger deputados e o PS não teria obtido maioria absoluta.

O círculo de compensação elegeria 40 deputados e, segundo a IL, ajudaria a diminuir a alta taxa de abstenção. O presidente do partido, Rui Rocha, aponta que, em círculos menores, como em Castelo Branco e na Guarda, apenas os dois principais partidos, PS e PSD, conseguem eleger deputados.

Isto limita as opções dos eleitores, particularmente em regiões onde estes partidos podem não refletir as preferências locais. O líder do partido deu até o exemplo de um eleitor do interior do país que está descontente com o PSD “depois do acordo Madeira entre o PSD e o PAN”.

“O PAN é um partido inimigo do mundo rural e proibicionista. Esse eleitor poderá estar defraudado com a escolha que tem feito no PSD. Qual é a escolha que este eleitor tem? É entre o PSD e o PS, tendo em conta que são esses partidos que elegem nos círculos mais pequenos. Se não quiser ficar condicionado a esta escolha, o que acontece é que o seu voto não conta de todo”, lamentou.

Para que a proposta seja aprovada, é necessário o apoio dos dois maiores partidos, PS e PSD. Rui Rocha apelou a que estas formações políticas também considerem a proposta “com abertura e sem hipocrisia“.

ZAP //

8 Comments

  1. Faz algum sentido. Mas mais sentido ainda talvez fizesse ter um circulo nacional com cerca de metade dos deputados e depois os círculos regionais só com 2 ou 3 deputados cada. Isto porque os deputados regionais, no figurino actual, representam mais o partido do que a sua região…

  2. Português, em nome do Interesse Nacional, não vote, diga não ao criminoso, corrupto, e anti-democrático regime liberal/maçónico imposto pelo golpe de Estado da OTAN em 25 de Abril de 1974.

  3. Faz sentido, pois!
    Tenho porém muitas dúvidas que uma proposta destas vingue, já que PS e PSD só são democratas enquanto não lhes tocarem na pele.

  4. Lolol. É mesmo para rir. Ninguém tem culpa que o cds tenha desaparecido por culpa própria. Foi castigado por todo o mal que fez enquanto foi governo. Eu tenho memória. Agora a malta do defunto cds encontrou lugar no partido de extrema direita e demagogo chegalho. Aquilo só serve para berrar e dizer mal de tudo. Propostas sérias e concretas que é bom tá quieto! Mas pelos vistos há que goste muito daquilo. Lol

  5. Os comunistas como o jose acima, são mal educados (só dizem baboseiras e com palavras porcas). Não gostam nem conseguem viver em democracia, com quem partilhe opinião diferente,
    A realidade é que os paises onde o comunismo reina, só lá está pela força da opressão e de liberdade.

  6. Boa ideia! Eu apoio e acho que se deveria fazer uma consulta à população sobre este assunto. Se eu vivesse em Castelo Branco ou na Guarda (os dois exemplos referidos) não me daria ao trabalho de ir votar. Quando o PS e o PSD se queixam da abstenção são lágrimas de crocodilo.

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