Os homens são a resposta para acabar com a infeção vaginal mais comum nas mulheres

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Se tomarem antibióticos, os homens podem reduzir drasticamente o reaparecimento da vaginose bacteriana nas suas parceiras. Estudo surpreende, mas ainda não dá uma resposta aos não monogâmicos.

A vaginose bacteriana (VB) é a infeção vaginal mais comum nas mulheres — afeta cerca de 25% das mulheres em idade reprodutiva em todo o mundo —, mas são os homens quem pode reduzir drasticamente a presença de bactérias na vagina, que, quando se desenvolvem em excesso, provocam um corrimento branco-acinzentado e um odor a peixe.

Segundo um novo estudo, o tratamento dos parceiros sexuais masculinos de mulheres que sofrem desta infeção bacteriana vaginal pode ser a próxima grande arma para gerir a doença, que há muito é um obstáculo para a medicina, devido às constantes recaídas — metade das mulheres afetadas voltam a sofrer da doença nos três a seis meses após ao tratamento.

A VB aumenta o risco de contrair infeções sexualmente transmissíveis, incluindo o vírus HIV da sida. Causa também muitas vezes complicações durante a gravidez, levando ao parto prematuro e ao aborto espontâneo.

A resposta, segundo o estudo conduzido por Catriona Bradshaw, é simples: antibióticos.

O estudo, publicado esta quarta-feira na The New England Journal of Medicine, tratou 137 mulheres monogâmicas, todas com parceiros, com antibióticos normais durante uma semana; metade dos parceiros recebeu antibióticos orais e um creme antibiótico para aplicar no pénis, enquanto outra metade dos homens não foi tratada.

Os resultados foram surpreendentes: três meses depois, 63% das mulheres cujos parceiros não receberam tratamento registaram uma recorrência dos sintomas da VB, enquanto só 35% das mulheres cujos parceiros receberam os antibióticos tiveram recaídas de vaginose bacteriana.

“O tratamento dos parceiros masculinos é o avanço mais significativo na melhoria das taxas de recorrência nas mulheres que vimos nas últimas décadas”, confirma Bradshaw: “é definitivamente um efeito considerável que faz com que valha a pena intervir neste grupo de mulheres”. Há mulheres envolvidas no estudo que não têm VB há dois anos e que “eram altamente recorrentes antes do ensaio”, diz Lenka Vodstrcil da Universidade de Monash à New Scientist.

Por “este grupo”, a autora do estudo quis referir-se a mulheres monogâmicas. Apesar dos resultados positivos, a abordagem é limitada: parece ser relativamente prática para quem tem relações monogâmicas, mas não dá resposta a mulheres com múltiplos parceiros sexuais.

ZAP //

1 Comment

  1. É importante a divugação deste estudo, no dia da Mulher,, porque quando são detetadas estas iinfeccões vaginais são elas que têm que tomar os antibióticos, que, infelizmente, não impedem constantes recidivas. Levou tempo mas fez-se justiça!. Pode ser que, brevemente, surja uma pílula contraceptiva no masculino uma vez que as mulheres já a tomam há um período demasiado longo com consequências nefastas para a sua saúde!!

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