David Matheson, conhecido defensor praticante das apelidadas “terapias de conversação” homossexual, confessou ser gay depois de uma conversa privada ter sido revelada pelo grupo de defesa Truth Wins Out.
No texto em que admite ser homossexual, David Matheson atribuiu as práticas que levava a cabo à sua própria homofobia e intolerância, sentimentos que diz ter enraizado durante décadas da sua vida, noticia o The Guardian nesta quinta-feira.
Depois de a conversa vir a público, Matheson fez uma publicação no Facebook na qual confirmava a sua homossexualidade. De acordo com o post, o “momento-chave” ocorreu no ano passado, quando se apercebeu que tinha que fazer “mudanças substanciais na sua vida pois não conseguia ignorar o desejo de ter uma relação com um homem. Foi nessa altura que se divorciou da sua mulher, com que estava casado há 34 anos.
No mesmo texto, Matheson afirma, apesar de reconhecer que “não serve de desculpa”, que as suas “falhas enquanto terapeuta” na sua “homofobia e intolerância” resultaram numa “visão limitada do que é ser emocionalmente são”.
Por tudo isto, Matheson lamenta “ter causado mal a algumas pessoas”, deixando ainda um pedido de desculpas pela “confusão e dor que esta escolha pode estar a causar aos outros”, pode ler-se na mesma declaração.
Dois dias após a revelação, Matheson participou num podcast do jornal Salt Lake Tribune, no qual apontou os ensinamento da igreja Mórmon como uma das causas da sua homofobia, acrescentando que também ele participou em sessões de terapia para lidar com a sua homossexualidade. Segundo adianta o jornal britânico, terão sido os aparentes benefícios destes tratamentos e a vontade de ajudar outros que, tal como o próprio, se revelaram homossexuais, o levaram a tornar-se terapeuta.
Segundo Matheson, a posição da igreja Mórmon melhorou em relação aos direitos LGBT desde os anos 70, mas a instituição – apesar de não considerar oficialmente a homossexualidade como pecado – tem ainda uma política que define que tem “comportamento desta índole” não pode participar na igreja.
Até então Matheson era uma figura reconhecida na área das “terapias de conversão ou de reparação”, que defendem a ideia de que a reorientação sexual é possível e que ser homossexual é algo “curável”. Estes tratamentos têm sido desacreditados quer a nível internacional, quer a nível nacional.
