Habitantes dos EUA querem deixar o país. Fartos da política, escolhem Portugal

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Jim Lo Scalzo/EPA

Num artigo publicado no dia das eleições, antes da divulgação dos resultados, fica um retrato das consequências internas da tensão política.

O aumento das tensões políticas nos Estados Unidos da América levou alguns americanos, especialmente californianos, a pensarem mudar-se para o estrangeiro.

A análise foi feita pelo Los Angeles Times na terça-feira passada, precisamente o dia das eleições presidenciais, e antes da divulgação dos resultados a anúncio da vitória de Donald Trump.

Mykel Dicus, um homem de 54 anos de Hayward, Califórnia, está nesse grupo. Após uma recente viagem a Espanha, quer obter um visto de nómada digital espanhol, receando os desenvolvimentos políticos nos EUA, especialmente se “um regime como o MAGA” assumir o poder. MAGA é Make America Great Again, o movimento apoiante de Donald Trump.

Os sentimentos de Dicus refletem uma tendência mais ampla: agências de relocação globais relatam um aumento do interesse por parte de norte-americanos que procuram um plano de contingência caso o cenário político se torne desfavorável.

Empresas de relocação e especialistas em migração reparam que a polarização política se tornou um fator significativo que motiva os americanos a explorar a vida fora do país.

Henley & Partners, uma empresa que auxilia clientes a obter residência e cidadania através de investimento, relata que aproximadamente 80% dos seus clientes americanos citam questões políticas como um fator determinante.

Portugal e 2016

O interesse é particularmente elevado em países como Portugal, Malta e Espanha.

Aliás, noutro artigo no mesmo jornal, é destacado que Portugal tornou-se o “novo paraíso” dos emigrantes dos EUA. Sobretudo os da Califórnia, precisamente.

Portugal oferece “brisas oceânicas, vistas para as montanhas, dias quentes de primavera em passeios ladeados de palmeiras e o brilho do pôr do sol que se infiltra na noite”. Os californianos alegam que, em solo português, conseguem continuar com as partes boas da terra natal e deixar o resto longe.

No entanto, Amanda Klekowski von Koppenfels, uma académica de migração, avisa que, embora eleições anteriores tenham mostrado picos semelhantes no desejo de sair do país, poucos realmente o fizeram.

Mas desta vez algo mudou: este ciclo eleitoral apresentou um tom diferente, com uma crescente apreensão em relação à divisão do país.

Empresas de migração como a Italian Citizenship Assistance têm notado um interesse sustentado desde 2016, um ano marcado por mudanças políticas intensas.

Jen Barnett, cofundadora da Expatsi, que ajuda americanos a explorar a vida no estrangeiro, também observou aumentos dramáticos no tráfego do site relacionados com eventos políticos.

Houve um pico acentuado após um debate entre o presidente Joe Biden e o ex e futuro presidente Donald Trump, com novos aumentos recentes enquanto sondagens colocavam Trump na frente em alguns estados-chave. Agora que Donald Trump ganhou mesmo…

De acordo com uma sondagem da Universidade de Monmouth, a percentagem de cidadãos dos EUA que pensam em emigrar alcançou os 34%, o triplo de 1974.

Esta mudança sugere que, para muitos, a discórdia política, mais do que motivações económicas ou sociais, está a alimentar o desejo de partir.

Alguns indivíduos, como Dicus, sentem-se particularmente atraídos por destinos conhecidos pela sua tolerância, como a Espanha, onde espera sentir-se mais seguro como homem gay.

Para Dicus e outros, a decisão de se mudarem não é apenas uma fuga da política, mas uma busca por um ambiente mais estável e acolhedor.

ZAP //

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7 Comments

  1. Sinceramente, essa noticia cheira a esquerdista e tendenciosa. O que se passa é que os americanos descobriram que a terra do Sam só exite mesmo na cabeça deles, porque as infra-estruturas dos EUA é lamentável se comparada á qualquer país da Europa. E, Portugal ainda tem de melhor, oferece saúde gratuita á todos aqueles que cá chegam, mesmo se náo tem o n. SNS e está ilegal no país. Venham pra cá para ter seus filhos, e/ou a tratar gratuitamente de doenças caras e expandiosas como o cancer, e outras ás custas do povo português! Porém, imigrantes ou expats como os americanos ou europeus é sempre bem vindos á Portugal porque não vieram para cá para extorquir o povo português.

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    • Adriana, tinhas de partir para a critica a quem é de esquerda.
      Eu sou totalmente de esquerda. E não critico quem é de direita, seja onde for. Pois tem o mesmo direito que eu, que sou, como disse de esquerda, de ser de direita. ” porque as infra-estruturas dos EUA é lamentável se comparada á qualquer país da Europa. E, Portugal ainda tem de melhor, oferece saúde gratuita á todos aqueles que cá chegam, mesmo se náo tem o n. SNS e está ilegal no país.” Só tens razão, aqui, o resto era dispensável!

      • Saúde gratuita? Em que mundo é que isso acontece? Todos os meses pago os meus impostos, para assegurar, entre outros sectores do Estado, o SNS.

    • Saúde gratuita?? Deixa-me rir. Se é gratuita, porque é que os profissionais de saúde do SNS fazem greves a exigir aumentos salariais? Afinal, sendo gratuita, não precisam de vencimentos. Vivem do ar.
      Saúde gratuita….

  2. A esquerda, lá e cá, está toda preocupada por causa da eleição do Trump. Muita comichão! Inventam umas mentiras, para favorecer os Democratas. Durante quatro anos, a governação esquerdista foi pérfida, horrenda. Quem ameaça sair de lá é hipócrita, imaturo, desinformado e estúpido.

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