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Há 90 anos, a mágica quinta roda prometia revolucionar o estacionamento em paralelo

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Uma quinta roda ia conquistar o mundo do automobilismo ao facilitar o estacionamento em paralelo. Após várias tentativas, a invenção nunca ganhou tração.

Muito antes do aparecimento dos sistemas de assistência de estacionamento, uma engenhosa invenção que surgiu nos EUA prometia ajudar os menos dotados da arte de estacionar o veículo.

A revolucionária tecnologia é da autoria de Brooks Walker que, em 1933, se preparava para dar ao mundo um assistente de estacionamento em paralelo.

A quinta roda de um luxuoso Packard de quatro-portas deixaria de servir apenas como pneu sobressalente e ganharia um propósito diário para os condutores de automóveis: o pneu descia do seu suporte traseiro e levantava as rodas traseiras, permitindo girar, para a esquerda e para a direita, a traseira do veículo.

Assim, o automóvel ganhava uma roda adicional no momento do estacionamento, facilitando as manobras em espaços mais apertados. Mas aquilo que parecia ser a grande invenção da década, nunca “ganhou tração”.

Nem o novo “kit de unhas” tinha espaço no Cadillac

Já em meados de 1950, a tecnologia foi instalada num Cadillac de 1951, sob a promessa de que poderia ser introduzida a qualquer automóvel. Era “algo para suavizar a dor de cabeça do motorista, ao pôr o pneu sobressalente a trabalhar”, ouve-se no vídeo de demonstração.

Por apenas 175 dólares (nos valores atuais, pouco mais de dois mil dólares, ou seja, 1840 euros), era plano de Walker — que conseguiu, segundo o Hagerty, a patente em 1938, seis anos depois de a pedir — trazer a invenção até Detroit, onde foi surpreendido pela má receção de mecânicos e condutores, que não só achavam o produto caro, como simplesmente não tinham espaço na mala do Cadillac (literalmente). Mas o génio inventor não se deixou deitar abaixo.

Num Packard Cavalier 1953, melhorou o seu “kit de unhas” com uma série de engrenagens e bombas e linhas hidráulicas: ativar o sistema estava agora à distância de um simples clique de um botão. Mesmo assim, Detroit meteu um travão à mágica quinta roda.

Sem mais combustível para alimentar a sua genialidade, Walker acabaria por morrer após 40 anos a ver a sua invenção sem rodas para andar.

Tomás Guimarães, ZAP //

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