Guerra na Ucrânia: objectivos estão a mudar (e só falta chegar a Lisboa)

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Sergey Kozlov / EPA

Plano de Putin não passava, oficialmente, por ocupar terras ucranianas. Mas está claro que o rumo não é esse. Comentador russo falou sobre Lisboa, na analise à guerra.

Donetsk foi alvo de ataques russos nas últimas horas, de acordo com as autoridades ucranianas.

Bakhmut e Avdiivka foram as cidades mais atingidas, com cinco civis mortos, num confronto que parece demonstrar que a Rússia quer essencialmente proteger o território que ocupa na Ucrânia.

Toda a linha da frente na região Donetsk está a ser bombardeada, avisou o governador da região, Pavlo Kyrylenko.

Em Kherson também há registos de constantes ataques russos, com as forças de Moscovo a tentarem avançar na zona de Lyman (recuperada pela Ucrânia no mês passado).

É uma fase da guerra na Ucrânia em que a Rússia ataca em diversas frentes e que a Ucrânia – segundo os próprios ucranianos – defende mais do que avança.

E é uma fase da guerra na Ucrânia em que os objectivos “parecem estar a mudar”, escreve a agência Reuters.

Desde a madrugada de 24 de Fevereiro deste ano que Vladimir Putin anuncia que esta invasão é uma “operação militar especializada”, com o objectivo de “desnazificar e desmilitarizar a Ucrânia” e “defender as pessoas” que vivem na Ucrânia.

Desde cedo o presidente da Rússia não incluiu, oficialmente, no seu plano qualquer ocupação de territórios ucranianos.

No entanto, a ideia de expansão das fronteiras da Rússia tem sido óbvia ao longo destes meses, passando por exemplo por quatro “referendos” de territórios ocupados, para a população local definir em que país quer viver.

Mas nesta quinta-feira o Governo da Rússia deu a entender que desistiu de ocupar terras no Oeste e no Nordeste da Ucrânia. O foco é defender muitas zonas de Leste e Sul do país vizinho.

Nesta fase a prioridade do Kremlin é defender, antes de atacar novamente.

Putin quer controlar totalmente Donetsk e Lugansk mas as outras duas regiões que foram a “referendo” – Zaporizhia e Kherson – parecem já não entrar na lista russa. Eram duas regiões que pareciam controladas pela Rússia mas que podem “cair” para a Ucrânia novamente.

Já Volodymyr Zelenskyy garante que a Ucrânia vai expulsar a Rússia de todos os territórios ocupados – incluindo a Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.

Nesta sexta-feira, Putin disse que o Ocidente está a olhar para a Ucrânia “como uma colónia” e a fazer da sua população “carne para canhão”.

“Só falta Lisboa”

Noutro contexto, um comentador russo falou sobre Lisboa quando estava a analisar a guerra.

No canal televisivo Russia 1, o analista recordou o conceito de Eurásia: “Gosto da ideia de uma Eurásia calma e pacífica, entre Vladivostok e Lisboa. Já temos Vladivostok. A única coisa que falta é chegar a Lisboa”.

A análise geográfica continua: “Do meu ponto de vista, o primeiro passo deveria ser Lviv, no mínimo; a saída para as antigas fronteiras da União Soviética”.

Esse seria o “objectivo mínimo”. O objectivo máximo seria expulsar “todos os americanos da Eurásia”.

ZAP //

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6 Comments

  1. Parece-me que estes russos não conhecem bem a História nem do seu próprio país nem da Europa. A Europa e a Ásia nunca foram iguais e nunca estiveram unidas. E a Rússia foi inventada por escandinavos (vikings ou varegues), não por povos asiáticos. Lá porque os Russos ocuparam toda a Sibéria não quer dizer que Vladivostok e Lisboa devam estar no mesmo espaço político. Estes Russos andam a delirar tanto quanto o nazis em 1939/40, já não é só o Putinho.

  2. Pensam que são os donos do mundo, russos desgraçados? Andam a espiar meio mundo e pensam que podem calar a voz da democracia? Bebam menos vodka e vão para a pu.. que nunca vos devia ter parido.

  3. Se olharem para a história a Federação Russa não é mais que os restos do império Mongol conquistado po Genghis Khan. E, dizem que esta besta que não olhava a meios para atingir os seus objectivos deixou milhares de filhos … E milhões de hoje da federação são descendentes dele. Por acaso, conhecem alguém parecido com ele?

  4. O delírio de Putin é igual ao do Hitler, demência vascular cerebral, depois tem muitos gases que estão em saturação sobem ao cérebro e tem ideias de merda. Isto ia desencadear uma terceira guerra Mundial, a instinção de todo o ser Humano. Mandem o gajo para o Magalhães Lemos.

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