Uma praia no sul de Espanha é o palco para os “jogos de guerra” no país fictício de Seglia. É “o primeiro exercício militar ao vivo” da União Europeia e conta com a participação de Portugal.
Cerca de 2.800 militares – 1800 de Espanha, 600 de França e 200 de Portugal – participam no exercício militar intitulado LIVEX que faz parte da iniciativa “Exercício Militar de Gestão de Crises” da União Europeia (UE).
Este é “o primeiro exercício militar ao vivo” da UE e envolve forças armadas de nove Estados membro, incluindo Portugal, como destaca o jornal online Politico.
Os exercícios vão decorrer até domingo no sul de Espanha. Os militares vão desembarcar numa praia para salvar Seglia, um aliado fictício da UE, das mãos de um grupo violento extremista. As tropas espanholas vão fazer o papel das forças inimigas.
Na operação, vão estar envolvidas 25 aeronaves e 6 embarcações, incluindo navios de assalto e um caçador de minas francês.
O grande desafio vai ser conjugar os esforços de vários militares que não falam a mesma Língua, nem usam o mesmo tipo de equipamento militar.
A ideia é preparar a UE para uma operação militar fora das fronteiras do bloco europeu, “incluindo um ataque anfíbio, segurança e controle de um porto marítimo e activação de forças terrestres”, como nota o Politico.
Mas a operação serve também para “promover a autonomia estratégica europeia”, como destaca ao jornal online o Capitão de Navio Adrien Schaar, um dos oficiais da comitiva francesa que estão envolvidos no exercício militar.
Ataque terrorista em Bruxelas é um alerta
Assim, trata-se também de mostrar que a UE pode ser uma potência militar e “um actor sério de segurança e defesa que pode operar sem a NATO”, vinca o Politico.
“O ataque terrorista [desta semana] em Bruxelas mostrou que precisamos de reforçar a segurança, e a defesa faz parte da segurança”, destaca ao Politico o líder da diplomacia da UE, Josep Borrell.
“Este é o primeiro de muitos futuros exercícios ao vivo da UE“, aponta ainda Borrell.
Atualmente, os exércitos dos vários Estados membro da UE dependem das estruturas da NATO para avançarem para intervenções militares, como salientam oficiais europeus ao Politico.
Mas mudar de uma estrutura da NATO para uma estrutura da UE é “bastante fácil”, uma vez que os países europeus já têm canais de comunicação entre si, realça à mesma publicação um dos operacionais franceses que está envolvido nos exercícios militares e cujo nome não pode ser revelado – por questões de segurança.