Guerra na Ucrânia já é a mais longa na Europa, no século XXI

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U.S. Army Europe Images / Flisckr

Nesta quarta-feira completam-se 13 dias desde o início da invasão russa. Conflito na Geórgia durou 12 dias.

A invasão russa à Ucrânia começou na madrugada de 24 de Fevereiro de 2022. Como se esperava, no dia 9 de Março de 2022, o conflito continua.

Passaram “apenas” 13 dias, mas esta guerra já é a mais longa na Europa no século XXI, entre dois países.

O maior conflito anterior, descrita por muitos analistas como a “primeira guerra na Europa no século XXI”, envolveu também a Rússia – mas com a Geórgia.

Aconteceu em Agosto de 2008. Mikheil Saakashvili era o presidente da Geórgia. E terá sido (até este caso na Ucrânia) o líder de um país da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas que mais contrariou Moscovo.

A Cimeira da NATO em Bucareste, realizada em Abril de 2008, tinha sido marcada – entre outros assuntos – pela promessa de adesão da Geórgia à aliança do Atlântico Norte. Saakashvili era publicamente pró-americano e pró-NATO.

Apesar da separação da União Soviética, as repúblicas secessionistas da Abcásia e da Ossétia do Sul eram lideradas por separatistas e apoiadas por russos.

Após cinco anos de relações tensas entre Geórgia e Rússia, no dia 1 de Agosto de 2008 forças da Ossétia do Sul começaram a bombardear aldeias na Geórgia. A resposta surgiu seis dias depois, quando o então presidente da Geórgia ordenou uma reconquista do controlo no local.

Os georgianos ainda conseguiram controlar Tskhinvali, logo nas primeiras horas, mas entretanto o exército russo já estava a caminho da Ossétia do Sul. O Kremlin acusou o Governo da Geórgia de “agressão” na região e, por isso, no dia seguinte (8 de Agosto) iniciou movimentos militares, numa operação para “manter a paz”.

A Rússia venceu rapidamente o primeiro conflito entre dois países europeus neste século. No dia 12 de Agosto, com a presença do presidente de França, Nicolas Sarkozy, foi assinado um cessar-fogo.

O Governo russo viria a reconhecer a independência da Abcásia e da Ossétia do Sul.

Entretanto, nos anos seguintes, Saakashvili (que deixou de liderar a Geórgia em 2013) chegou a ter nacionalidade…ucraniana. E foi governador de Odessa.

Esteve exilado na Ucrânia desde 2013. No ano passado regressou à Geórgia e foi preso, condenado por abuso de poder.

Queixa-se das condições às quais está sujeito na prisão, onde já esteve em greve de fome durante 50 dias. Três dias antes do início da invasão à Ucrânia, anunciou nova greve de fome.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

2 Comments

  1. Devia ter sido suficiente para a Europa acordar e não se tornar refém da energia russa nem financiar indiretamente a modernização das forças armadas russas – mas aconteceu exactamente o contrário!!

  2. parece-me a mim que o que Putin quer da Ucrânia é muito semelhante ao que Hitler queria da Rússia em 1941: eliminar o mais possível os autóctones e colonizar a terra com russos, aproveitando as suas potencialidades, eliminando a seguir a sua língua e cultura. os russos e o ucranianos podem ser irmãos, mas agora o ódio é mais forte do que nunca.

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