Gravações para tramar críticos e plano de exílio de Ventura. Livro revela bastidores do Chega

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Rodrigo Antunes / Lusa

Um novo livro de Manuel Carvalho inclui relatos de ex-membros do partido que revelam um clima de intimidação e gravações escondidas de conversas e telefonemas. André Ventura chegou ainda a ter um plano de fuga para Marrocos caso o partido fosse ilegalizado.

Gravações ilegais de conversas entre dirigentes, relatórios internos recheados de teorias da conspiração e até um plano de fuga de Ventura para Marrocos em caso de perseguição policial. Estes são alguns dos episódios relatados no livro “Confidencial — Por Dentro do Chega” (Objetiva), do jornalista Miguel Carvalho, lançado esta semana após seis anos de investigação.

Com 750 páginas, a obra mergulha nos bastidores do partido e detalha o clima de intimidação durante os conflitos internos de 2020. Segundo ex-dirigentes como Rodrigo Freire, Nuno Afonso e Luís Graça, a gravação clandestina de telefonemas e reuniões era uma “prática frequente”, utilizada como arma contra críticos internos.

Rodrigo Freire, que liderou a distrital de Leiria, afirma que a hierarquia partidária, incluindo deputados hoje em funções, tinha conhecimento destas práticas, incluindo o próprio Ventura. Já Nuno Afonso chegou a sugerir, no seu livro de memórias, que o líder recorria a gravações pessoais: “Quando falarem com ele, levem inibidores de sinal.”

Miguel Carvalho teve também acesso a um documento interno de oito páginas onde ele e Pedro Coelho, jornalista da SIC que também já fez várias reportagens sobre o Chega, eram descritos como agentes estrangeiros envolvidos em redes de conspiração com figuras tão diversas como Álvaro Cunhal, George Soros ou Yasser Arafat, denota o Expresso.

Um dos episódios mais insólitos surge logo na abertura do livro: durante a pandemia e com a fronteira espanhola fechada, Ventura, a mulher e dirigentes próximos terão discutido um plano de fuga caso o partido fosse ilegalizado pelas autoridades. A informação de que a Polícia Judiciária preparava a “decapitação” do Chega levou o grupo até ao Algarve, onde, segundo o empresário e militante Arlindo Fernandes, se chegou a preparar uma viagem de lancha rápida até Tânger, em Marrocos, com destino final à Costa do Marfim. O plano acabou por não avançar.

ZAP //

9 Comments

  1. A bolha mediática, está em polvorosa com este livro, descobriram os planos de fuga do Ventura para Marrocos. se o partido fosse ilegalizado. Como não foi, será o próximo PM, lindo. Rennie com fartura.
    E sobre a sondagem que saiu hoje nada?

    • O Problema é exctamente a sondagem, por isso é que o livro saiu agora, Bandalhos.

      O timing é sempre o mesmo, incomoda põe-se cá fora umas tretas…totós.

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  2. O esquerdalha jornalista Manuel Carvalho não tem credibilidade nenhuma e ainda há pouco tempo foi desmascarado por Sérgio Sousa Pinto.

  3. Falam do chega como ele fosse o papão. Mas o que é certo é que o chega é o único partido a dizer as verdades. Já se esqueceram do que o Mário Soares roubou ? Já se esqueceram dos gamanços que os políticos fizeram ? Portugal está no estado que está porque o PS e o PSD manipularam o eleitorado dando subsídios a torto e a direito. Quando o Sócrates foi dentro tudo ficou em pânico , quando houve o processo da casa pia mo tente de políticos estavam envolvidos. Quando houve outros escândalos a maioria dos arguidos era políticos e depois nada se passou . Porque os juizes , procuradores e judiciária são do mesmo grupo e são eles que poên e dispoêm . O chega quer acabar com essa nojeira de estado . Não admito que para eu viver com um pouco de mais dinheiro , não o possa porque tenho que dar a um bando de políticos corruptos. Sim corruptos porque alguns o são e quem não for é afastado do grupo. Por isso deixem o chega fazer o seu trabalho e se ele falhar aí sim já podem chamar o chega de todos os nomes . Até lá tudo o que disserem do chega é pura estupidez e burrice.

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