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Grandes catástrofes, que ocorrem uma vez por século, serão sentidas pelo menos uma vez por ano

Estudo dá novas luzes sobre o aumento do nível das águas, alertando que as próximas décadas podem trazer muito mais catástrofes do que o que é tido como normal.

Mesmo que o Acordo de Paris fosse cumprido por todos os países que o assinaram, o que foi proposto – que passa por limitar o aumento da temperatura média global a níveis abaixo dos 2º acima dos níveis pré-industriais – pode não ser a solução para as ameaças que o Planeta enfrenta.

Um novo estudo, publicado no jornal Nature Climate Change, estima que em 2100, muitas regiões costeiras podem enfrentar ameaças ao nível do mar com uma frequência muito maior do que as que ocorrem atualmente. Por exemplo, uma grande tempestade – como marés altas e tsunamis – que ocorre uma vez a cada século, pode tornar-se normal pelo menos uma vez por ano.

Estes dados representam um aumento de 100 vezes nas inundações costeiras, de acordo com novos modelos globais, escreve o Live Science.

A pesquisa indica que projeções recentes, elaboradas em mais de 7.000 locais costeiros em todo o mundo, sugerem que, bastam mais 1,5º de aumento da temperatura global, para que pelo menos metade das regiões analisadas sejam afetadas anualmente por eventos extremos ao nível do mar. Caso a temperatura suba 2º o cenário será ainda mais catastrófico.

Alguns locais, pode ainda ler-se no estudo, irão sentir esses efeitos ainda mais cedo. No cenário de um aumento de 1,5º, por exemplo, alguns locais costeiros poderiam passar por um aumento de eventos extremos já em 2070.

Os autores referem que esta situação é ainda mais preocupante em algumas zonas dos Globo como é o caso do Hawai e das Caraíbas, bem como a metade sul da costa do Pacífico da América do Norte, onde todos os países são particularmente vulneráveis ​​à elevação do mar. “Os trópicos parecem mais sensíveis do que as altas latitudes ao norte”, escrevem os autores.

Por outro lado, as regiões costeiras do norte, como o Alasca e o norte da Europa, são as que parecem estar mais protegidas dos desastres futuros.

Os resultados do novo estudo alinham-se com as mais recentes projeções sobre o aumento do nível do mar, o que sugere que a população tem subestimado a ascensão dos oceanos nas regiões mais baixas.

Este ano, um estudo descobriu que o aumento do nível do mar está a afetar as áreas costeiras quatro vezes mais rápido do que pensávamos. Esta situação está diretamente relacionada com erros de cálculo, já que há muitas variáveis ​​a serem incluídas.

“As nossas descobertas têm implicações políticas e práticas importantes, pois destacam que mesmo que as metas do Acordo de Paris fossem alcançadas, eventos extremos serão vividos com uma frequência sem precedentes”, alertam os autores.

ZAP //

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