O “Grand Canyon” no fundo do Oceano Pacífico foi mapeado com incrível detalhe

Monica Wolfson-Schwehr, MBARI

O novo método permite aos cientistas acompanhar com muito mais detalhes as mudanças geológicas no Monterey Canyon, o que nos ajuda a prever os efeitos que as alterações climáticas terão no local.

Um novo estudo publicado na Journal of Geophysical Research: Earth Surface mostra como os cientistas conseguiram mapear com detalhes sem precedentes o Monterey Canyon, um imenso desfiladeiro submarina ao largo da costa da América do Norte.

Localizado em Moss Landing, na Califórnia, o Monterey Canyon estende-se por 153 quilómetros no Oceano Pacífico. O seu ponto mais profundo chega aos quatro quilómetros, tornando-o significativamente mais profundo que o Grand Canyon.

A equipa de investigadores utilizou um veículo operado remotamente (ROV) equipado com sensores de última geração para este empreendimento. O ROV deslizou apenas três metros acima do fundo do mar, utilizando pulsos LiDAR e tecnologia sonar para calcular a estrutura tridimensional do canyon com grande precisão, explica o IFLScience.

Longe de estático, o Monterey Canyon é um habitat vibrante e em constante mudança. Este novo mapeamento de alta resolução permitiu aos cientistas examinar estas mudanças — como frequentes deslizamentos de terra e correntes rápidas que arrastam sedimentos de terra — numa escala muito mais detalhada, aprimorando a nossa compreensão de como o canyon pode ser afetado pelas alterações climáticas.

“Com o sonar, vemos as consequências de grandes eventos catastróficos, mas perdemos as pequenas mudanças que acontecem todos os dias. À medida que a tecnologia avança e podemos mapear em resoluções cada vez mais precisas, podemos observar um novo nível de complexidade no fundo do mar. Não percebemos o quanto da imagem estamos a perder”, afirma Monica Wolfson-Schwehr, do Centro de Mapeamento Costeiro e Oceânico da Universidade de New Hampshire.

Segundo Charlie Paull, co-autor deste estudo, esta nova abordagem de mapeamento está a dar-nos dados em tempo real que estão a revolucionar o estudo da geomorfologia submarina.

“Não podemos entender a mudança global no fundo do oceano sem a quantificar. O uso repetido do Sistema de Pesquisa de Baixa Altitude do MBARI permite-nos recolher dados quantitativos exclusivos que colocam em perspectiva exatamente o tamanho dessas mudanças. Agora temos uma nova janela sobre como o mundo funciona”, remata Paull.

ZAP //

Siga o ZAP no Whatsapp

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.