Fusão entre escolas pública e cristã. Ninguém se queixa deste conceito novo

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Aleboarn mostra como se transforma uma escola primária cristã e uma pública numa só escola. E o resultado não é um “meio termo”.

Aldeboarn, uma pequena vila nos Países Baixos, poderá ser um caso de estudo no sector da educação, a partir desta semana.

Ontem, segunda-feira, começou o ano lectivo numa nova escola primária. Nada surpreendente, até agora.

Mas o novo Centro Infantil de Aldeboarn tem uma particularidade: é o resultado da fusão entre uma escola pública e uma escola cristã.

A escola pública era a OBS De Boarne, a escola cristã era a CBS De Finne. Ficavam quase na rua ao lado uma da outra, a apenas 450 metros de distância.

Em 2022, responsáveis das duas escolas começaram a falar entre si sobre uma eventual fusão. Não era algo necessário, obrigatório; mas talvez fosse uma boa solução para os dois lados.

“Primeiro, porque há menos alunos no total”, começa por explicar a directora Nynke Venema, em declarações à estação televisiva Omrop Fryslân. Eram 70 alunos no total.

Segundo, porque “é sempre bom ter uma equipa docente maior. E assim as crianças ficam na sala de aula com mais colegas, com quem também jogam futebol no recreio, por exemplo”, continua a responsável.

E o ponto essencial, o impulso decisivo, para esta fusão foi o estado das instalações das duas escolas. Aliás, as instalações actuais (escola cristã) são provisórias; em 2026 a escola nova vai mudar-se para uma casa nova e maior.

Mas como colocar duas escolas com denominações diferentes, pública e cristã, na mesma página? Foi criado um comité só para isso. Houve um ano lectivo totalmente dedicado a investigação sobre educação e identidade.

Um ano “difícil”, admite Nynke Venema. Porque os dois lados tiveram de abdicar de vários pontos para criar uma escola em conjunto.

A nova escola não é pública e não é cristã: “Nós autodenominamo-nos uma escola comunitária, onde ambas as denominações estão representadas”.

Venema realça que a nova forma de educação não é um meio-termo – é um conceito completamente novo.

Algumas mudanças: é lida uma história às crianças três vezes por semana, as crianças que eram da escola primária cristã têm menos tempo de educação religiosa, as crianças da escola pública têm mais educação religiosa do que tinham.

Quase todos os professores dos dois estabelecimentos anteriores estão nesta nova escola. Só um recusou: “Um professor da escola cristã fez conscientemente a escolha de não ir para a nova escola, porque preferia não trabalhar numa escola comunitária”.

Uma escola de portas abertas para os pais, para conhecerem a escola e se conhecerem uns aos outros.

E, para já, nenhuma mãe ou nenhum pai se queixou: “Não ouvimos nenhum desentendimento dos pais, por isso tenho a sensação de que eles também pensam: vamos lá!”, acredita a directora.

Há uma questão que merece atenção especial nos primeiros tempos: “Temos de pensar cuidadosamente sobre a forma como vamos atender o telefone. Sem dúvida, a dada altura, alguém se vai enganar no nome da escola”.

ZAP //

1 Comment

  1. Ora façamos uma comparação com bebidas.
    Um grupo A gosta de muito de refrigerantes e um grupo B detesta refrigerantes.
    Agora esta gente decidiu que o grupo A pode continuar a beber refrigerantes embora um pouco menos e o grupo B que os detesta é agora obrigado a beber. Muito razoável realmente.

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