Uma equipa de cientistas analisou resíduos orgânicos presentes em punhais europeus da Idade do Bronze e descobriu que as adagas não eram usadas como símbolos de identidade e estatuto. Tinham também um propósito prático.
Até agora, a comunidade científica pensava que as adagas desempenhavam uma função meramente cerimonial, nomeadamente para simbolizar o status social e a identidade do seu dono.
Este entendimento era baseado no facto de muitos guerreiros da Idade do Bronze terem sido enterrados com os seus punhais, por exemplo.
Recentemente, uma equipa de cientistas da Universidade de Newscatle, no Reino Unido, conseguiu ir além destas interpretações e chegar a uma conclusão diferente: depois de compilarem várias evidências químicas, os investigadores descobriram que as lâminas de cobre eram usadas para cortar animais.
Dadas as dimensões dos punhais, estes instrumentos seriam mais adequados não no contexto da caça, mas no da preparação da carne — que inclui a retirada da pele e dos ossos, por exemplo — antes de consumo.
Segundo o Science Daily, este é o primeiro estudo a extrair amostras orgânicas passíveis de análise laboratorial a partir de materiais feitos de cobre, através de um método revolucionário de investigação de instrumentos antigos.
“A pesquisa revelou que é possível extrair e caracterizar resíduos orgânicos de metais antigos (…) Este é um avanço significativo já que o novo método permite a análise de uma ampla variedade de ferramentas e armas de liga de cobre de qualquer lugar do mundo”, disse a arqueóloga Andrea Dolfini.
“As possibilidades são infinitas, assim como as respostas que o novo método pode e vai fornecer no futuro”, acrescentou ainda a investigadora.
O artigo científico foi publicado, em abril, na Scientific Reports.