Descoberto o ponto fraco para acabar com a “vespa assassina”: a feromona sexual da rainha

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t-mizo / Wikimedia

Vespa-gigante-asiática ou vespa-mandarina.

Vespa-gigante-asiática ou vespa-mandarina.

Uma equipa de cientistas desenvolveu um método para rastrear a vespa-gigante-asiática e eliminá-la, identificando os principais componentes da feromona sexual da rainha desta espécie.

A vespa-mandarina, também conhecida como vespa-gigante-asiática ou “vespa assassina”, é a maior vespa do mundo.

Tem um comprimento de corpo de 45 milímetros, uma envergadura de cerca de 75 milímetros, e um ferrão com seis milímetros, que injeta uma grande quantidade de veneno potente.

Nativa do leste asiático, sul e sudeste da Ásia e partes do oriente russo, esta vespa foi também encontrada no noroeste Pacífico da América do Norte no final de 2019.

“O meu pedido habitual é que as pessoas parem de chamá-las de ‘vespas assassinas’, porque são grandes e talvez assustadoras, mas não são realmente assassinas”, disse James Nieh, coautor do estudo publicado recentemente na revista Current Biology.

“São insetos sociais incríveis, mas não pertencem à América do Norte e prejudicam as nossas populações de abelhas, por isso devemos eliminá-las”, acrescenta o investigador.

De acordo com a Europa Press, os investigadores identificaram três componentes principais da feromona sexual da rainha, uma conquista que pode ser usada como isca para rastrear e capturar os insetos.

Os principais produtos químicos são ácido caproico, ácido caprílico e ácido cáprico, compostos que podem ser facilmente adquiridos e usados ​​imediatamente no terreno.

“Os machos são atraídos pelos cheiros das fêmeas, pois geralmente acasalam com elas perto dos seus ninhos”, explica Nieh. “Em duas temporadas no terreno, conseguimos recolher rapidamente milhares de machos atraídos por estes cheiros”.

As vespas-gigantes-asiáticas podem destruir rapidamente colónias inteiras de abelhas, à semelhança da vespa asiática que encontramos em Portugal.

Aliás, a espécie é muitas vezes confundida com a vespa asiática, que nos últimos anos tem feito estragos pela Europa, com impactos não só na produção agrícola, mas também na manutenção do equilíbrio dos ecossistemas.

Num estudo anterior, a equipa de Nieh usou um método semelhante para identificar a feromona sexual feminina da espécie de vespa asiática presente em Portugal, a vespa velutina.

Em Portugal, todos os avistamentos de ninhos ou das próprias vespas devem ser reportados no portal stopvespa.icnf.pt, onde é possível fazer a georreferenciação da ocorrência, ou então ligar para a linha SOS AMBIENTE (808 200 520).

Nieh espera agora que se possa usar este cocktail químico para atrair vespas a distâncias de um quilómetro ou mais.

Daniel Costa, ZAP //

2 Comments

  1. Olá Zap. Gosto muito de ler as vossas notícias, mas o vosso logo faz lembrar o símbolo naZi dos russos. Dá para alterar?
    Cumprimentos,
    Paulo

    • Caro leitor,
      Antes de mais, qualquer Z é parecido com qualquer outro Z, e não vamos pedir às Zulmiras e aos Zeferinos que mudem de nome ou deixem de o escrever com Z.
      Além disso, não sabemos exatamente quando é que os russos começaram a usar o símbolo Z, mas o ZAP nasceu a 22 de outubro de 2013 — muito antes de termos ouvido falar desse símbolo.
      Assim, do nosso ponto de vista, talvez devêssemos é pedir aos russos que deixem de usar o nosso Z como símbolo. Não se admite! 🙂

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