“A qualquer hora, em qualquer sítio”. Filipinas mobilizam tropas para o Mar do Sul da China

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DoD / Wikipedia

Tropas paraquedistas do Exército das Filipinas embarcam num C-130

O exército filipino vai ser destacado “em breve” para ilhas do Mar do Sul da China. Manila pretende aumentar a capacidade das suas forças militares na região e contrariar a forte presença marítima da China.

Um alto oficial militar filipino revelou que em breve um contingente do exército do país vai ser mobilizado para apoiar unidades de aplicação da lei nas ilhas ocupadas pelas Filipinas no Mar do Sul da China.

Observadores afirmaram que a estratégia estaria alinhada com a mudança política de Manila de uma postura de defesa interna para externa, visando proteger as águas territoriais do país.

Um especialista citado pelo South China Morning Post alerta no entanto que esta decisão estratégica poderia levar a movimentos mais agressivos por parte da marinha e guarda costeira chinesas, caso Pequim veja o plano de Manila como uma escalada da posição filipina.

“A China provavelmente verá esta mobilização como uma escalada e poderá responder com patrulhas marítimas mais agressivas”, diz Sherwin Ona, investigador no Instituto de Investigação de Defesa e Segurança Nacional de Taiwan, citado pelo SCMP.

Na terça-feira, o comandante do exército filipino, Tenente-General Roy Galido, disse aos jornalistas que as suas tropas estão agora capazes de mobilização rápida e podem operar eficazmente em vários terrenos e sob diferentes situações.

“Estamos prontos. Como ouviram e com base nos nossos exercícios, o exército neste momento é altamente móvel e muito ágil. Podemos ser transportados. Um batalhão pode sempre ser transportado a qualquer hora, e levado para qualquer sítio do nosso país”.

Questionado pelos jornalistas sobre quando a mobilização de tropas teria início, Galido respondeu que seria “em breve”.

O porta-voz do exército filipino, Coronel Louie Dema-ala, realçou que o exército não tinha presença nas nove ilhas no Mar das Filipinas Ocidental, termo usado por Manila para uma área no Mar do Sul da China que considera estarem dentro da sua zona económica exclusiva.

O exército, o maior ramo das forças armadas filipinas, tem cerca de 150.000 efetivos ativos e 1,2 milhões de reservistas.

Atualmente, apenas pessoal da marinha filipina e alguns membros da guarda costeira estão destacados para nove posições no grupo de ilhas Kalayaan, a mais de 450 km a oeste de Palawan, uma província voltada para o Mar do Sul da China.

As tensões no centro do Mar da China Meridional, ou Mar do Sul da China, têm aumentado desde que Pequim passou a alegar que praticamente todo o mar faz parte das suas águas territoriais.

A reivindicação é vigorosamente contestada pelo Vietname, Filipinas, Malásia, Taiwan e Brunei, que disputam com a China a posse de várias ilhas na região. Crê-se que a enorme área, que inclui mar e ilhas, seja rica em petróleo e gás.

Lindsey Burrows / Civilsdaily

Localização dos territórios em disputa no Mar da China Meridional

Nos os últimos 10 anos, a China tem expandido a sua presença no Mar do Sul da China, tomando recifes de coral submersos, construindo grandes bases aéreas sobre eles e destacando centenas de navios para reforçar a sua reivindicação sobre quase todas as rotas marítimas estratégicas que correm para sul a partir das grandes cidades exportadoras na costa chinesa.

Poucos dos países do Sudeste Asiático que também reivindicam ilhas no mesmo mar ousaram enfrentar a China; apenas o Vietname e as Filipinas o fizeram.

Estes dois países têm exércitos muito menores que o da China, mas mantêm controlo sobre um pequeno número de recifes e ilhas, que lhes permitem reclamar soberania sobre parte das águas disputadas — entre as quais a pequena Ilha de Pagasa, cuja história de resistência o ZAP deu recentemente a conhecer.

ZAP //

1 Comment

  1. Chineses cheiraram medo e incompetência na Administração americana… Ou aproveitam a maré para capitalizar ou vão ficar quietos e mostrar que resistem a tentação.

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