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Relato da filha assusta (mesmo) o pai. “Isto não pode acontecer na escola”

“Se for um assassino, estou contigo até ao fim”. Aconteceu numa sala de crianças do segundo ano – era um exercício.

Era um momento normal de rotina entre pai e filha. O pai, Josh Rolnick, estava a ler um livro à sua filha de 8 anos. Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban – era o livro em causa.

Mas, a certa página do livro, o guião daquele dia mudou.

“Que assustador. Isso faz-me lembrar a simulação que fizemos na escola“, conta a criança, num texto escrito pelo pai no portal Slate.

A simulação não era daqueles exercícios habituais de incêndio, ou treino para um eventual sismo.

O caso é bem diferente. É um confinamento de segurança.

Um exercício para saber o que fazer se, um dia, um assassino entrar na escola.

O relato da criança começa: “Fechamos a porta e desligamos as luzes. Criamos uma espécie de cobra contra uma parede, passando pelo canto da sala” – onde são vistas por quem estiver do outro lado da porta, pensou o pai.

Ficam agachadas, com luzes apagadas: “Se entrasse uma pessoa real na escola, e as luzes estivessem acesas, daria a ideia que estávamos numa aula, normal. E isso seria muito triste, corríamos um perigo sério”, diz a criança, com naturalidade.

Continuando com naturalidade: “O assassino não conseguiria entrar na sala, não tem chave. E também temos bons seguranças. Estaríamos seguros, os seguranças iriam apanhá-lo e levá-lo para a prisão”.

Mas a criança admite que ela, e todos os colegas de turma do segundo ano, estavam assustadas.

Não sabíamos se era real… Ouvimos passos no corredor. Pensámos que era um assassino. Disse à minha melhor amiga: ‘Se for um assassino, estou contigo até ao fim‘”. A criança apertou a mão da amiga: “Ainda bem que ela é forte, pai”.

A esta altura do relato, o pai já nem sabe como reagir.

Os passos da pessoa são cada vez mais audíveis e a criança conta: “Estávamos a agir de forma calma, mas estávamos em pânico lá dentro”.

Depois, ainda agachados e às escuras, ouvem alguém a colocar a chave na porta da sala e a abrir. Mas não era um assassino.

Agora a reacção do pai, já no dia seguinte: “Eu queria a dizer à minha filha: isto não é possível. Ela não pode virar-se para a sua amiga de 8 anos, a dar-lhe a mão, e a dizer-lhe numa sala de aula escura, numa terça-feira normal: ‘Se for um assassino, estou contigo até ao fim’. Isto não aconteceu. Não podia ter acontecido”.

ZAP //

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