O secretário de Estado da Juventude e Desporto, João Paulo Rebelo, criticou a postura de alguns adeptos que assobiaram o futebolista do Benfica João Félix, quando este se juntava à concentração da seleção portuguesa, em Espinho.
“O comportamento imbecil de um, dois ou meia dúzia de indivíduos não representam o apoio absolutamente hegemónico que o país dá aos nossos jogadores, sobretudo quando estão a vestir a camisola da seleção. Disso não tenho dúvidas”, afirmou o governante, à margem de uma conferência organizada pela Rádio Renascença, em Lisboa.
De acordo com o Correio da Manhã, o jovem avançado que representa o Benfica chegou numa viatura onde também seguiam o pai e a mãe quandos alguns adeptos começaram a manifestar-se contra o jogador, batendo inclusivamente no tejadilho do carro – embora também se tenham ouvido aplausos.
Com a seleção portuguesa de futebol prestes a iniciar a participação na Liga das Nações, tendo o primeiro jogo da meia-final frente à Suíça na quarta-feira, João Paulo Rebelo manifestou a sua confiança na segurança da prova, que conta ainda com a presença das seleções de Inglaterra e Holanda, e reiterou o desejo de mais um êxito português.
“Evidentemente, desejo que a nossa seleção se saia bem e que nesta fase final possa dar uma enorme alegria aos portugueses e isso também contribui para alimentar a autoestima coletiva, que depois tem ainda reflexos económicos e na afirmação do nosso país”.
O governante pronunciou-se igualmente sobre alguns episódios de violência que têm marcado os últimos tempos no futebol português e assumiu, de forma “indiscutível”, que há “violência no desporto em Portugal” e que a sua erradicação exige um “trabalho conjunto”, embora tenha salientado que o fenómeno deve ser “colocado em perspetiva” face ao grande número de eventos realizados.
“Muitas vezes, passa-se uma ideia de uma certa impunidade. Quando há uma invasão de uma propriedade privada, há um crime. Quando há agressões a um árbitro, há um crime e estas são inclusivamente agressões qualificadas, são crimes públicos. Não dependem de qualquer tipo de queixa. E a justiça funciona, mas, às vezes, temos uma ansiedade de que a justiça funcione num tempo que não é o da justiça, porque a justiça precisa de tempo”.
Para João Paulo Rebelo, “a justiça desportiva tem vindo a melhorar muito significativamente”, mas deve ser incentivada e promovida a autorregulação entre os diferentes agentes desportivos, dando como exemplo a maior eficácia das sanções da justiça desportiva sobre dirigentes que se excedem em declarações públicas.
ZAP // Lusa