A cidade de Louisville vai indemnizar em 12 milhões de dólares (10,2 milhões de euros) a família de Breonna Taylor, jovem afro-americana morta em março após ser baleada pela polícia, foi na terça-feira anunciado.
O acordo resulta de um processo de homicídio culposo naquela cidade do estado do Kentucky e foi anunciado pelo autarca Greg Fischer durante uma conferência de imprensa na qual estiveram presentes familiares e advogados da vítima, noticiou a agência Lusa.
Além disso, o acordo contempla reformas nos procedimentos policiais para prevenir futuras mortes devido à ação da polícia, entre as quais que os mandados de busca a habitações sejam previamente aprovados por um oficial ou comandante de serviço.
Em 13 de março, os agentes da polícia de Louisville entraram no apartamento de Breonna Taylor, de 26 anos, sem tocar à campainha ou bater à porta, para, alegadamente, executar um mandado de busca a estupefacientes que não conseguiram encontrar.
Lonita Baker, uma das advogadas da família Taylor, sublinhou aos jornalistas que o acordo financeiro “não era negociável sem uma reforma policial significativa”.
A causídica garantiu ainda que os advogados continuarão a pressionar o procurador-geral daquele estado no sentido de responsabilizar os agentes envolvidos na morte de Breonna Taylor e de os levar à presença de um júri em tribunal.
Outro advogado da família, Bem Crump, assinalou que esta pode tratar-se da “maior quantia alguma vez paga a uma pessoa negra” por um tiroteio policial e considerou que estabelece um precedente para outras mulheres afro-americanas de que as suas vidas “serão valorizadas”.
Segundo o diário New York Times, o valor a pagar pela cidade de Louisville é mais do dobro do que receberam os familiares de Eric Garner, um afro-americano de Nova Iorque que morreu em 2014 depois de um polícia o imobilizar com uma chave de estrangulamento proibida ao tentar prendê-lo.
“O que aconteceu aqui em Louisville representa também George Floyd, no Minnesota, Minneapolis, e Jacob Blakem em Kenosha, Wisconsin”, considerou o advogado, que citou, também, outros casos recentes de brutalidade policial que abalaram os Estados Unidos.
A morte de Breonna Taylor aconteceu ainda antes do mediático caso de George Floyd, que morreu em 25 de maio depois de um polícia branco pressionar com um joelho o seu pescoço durante as manobras de detenção, indiferente às suas queixas de que não conseguia respirar.
Durante este verão, os Estados Unidos foram palco de contínuas manifestações por todo o país, desencadeadas por estes casos, que por vezes degeneram em confrontos e que determinaram a declaração do estado de emergência em várias cidades e a mobilização de efetivos da Guarda Nacional.
// Lusa