Lei de guerra: falta leite para bebés nos EUA

Pandemia e encerramento de fábrica originaram escassez de leite adaptado. Joe Biden recuou aos tempos da Guerra na Coreia.

Falta leite adaptado nos Estados Unidos da América. O chamado leite de fórmula infantil não tem chegado a muitas casas norte-americanas, nos últimos dias.

Dois motivos principais originaram esta situação: a pandemia e problemas numa fábrica.

A COVID-19 condicionou matérias-primas e transporte, no geral. E neste caso específico houve muitas famílias que, por estarem confinadas, compraram dezenas de latas de uma só vez.

A fábrica da Abbott foi encerrada – e diversos produtos foram retirados das lojas – porque duas crianças morreram devido a uma bactéria. A infecção surgiu depois de terem consumido produtos da Abbott.

São sobretudo as famílias mais pobres do país a serem condicionadas por esta escassez; e a empresa Abbott era responsável por metade do leite oferecido a famílias com baixos rendimentos.

Ao verem prateleiras vazias, ou ao verem limites de quantidade no momento da compra, as famílias nos EUA (sobretudo nas casas onde não há amamentação) começam a procurar soluções dentro de casa.

Uma delas é procurar que o leite fique mais diluído, para as latas que têm em casa durarem mais tempo. Mas, avisa a enfermeira especialista Filipa Freitas, este método pode “reduzir a quantidade de nutrientes que o bebé recebe” e originar consequências graves, como convulsões.

A outra solução passa por cada família elaborar a sua fórmula, em casa, recorrendo a leite de vaca. Mas aqui aumenta o risco de falta de nutrição e e contaminação.

O presidente dos EUA, Joe Biden, já permitiu recuar a uma lei imposta há 70 anos, durante a Guerra da Coreia: a Defense Production Act, lei de produção da defesa, que dá prioridade às fábricas de produção de leite adaptado no momento de distribuir as matérias-primas (mesmo que outras empresas, de outros produtos, já tenham finalizado as suas encomendas).

Outra novidade anunciada na quarta-feira por Biden foi a implementação da
operação Fly Formula: para facilitar a importação de leite adaptado, os institutos públicos vão poder requisitar aviões para essas viagens.

Nos EUA não há licença de maternidade remunerada. E, também por isso, a taxa de amamentação é baixa.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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