“Falso, o Rui Tavares não diz ‘hajam'”. Assim se apanham fake news

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LIVRE / Facebook

Um novo tipo de desinformação que recorre a grafismos de jornais reais está a crescer em Portugal. Rui Tavares foi a vítima mais recente.

Esta segunda-feira, foi difundida no X/Twitter uma imagem com uma alegada citação de Rui Tavares sob as marcas de água e tipo de letra do semanário Expresso.

A imagem sugeria que o líder do partido Livre tinha dado uma entrevista àquele jornal, exortando uma “sociedade multirracial”.

“O nosso compromisso é claro: queremos uma sociedade multirracial, livre de racismo. No Reino Unido, os censos oficiais apontam o ano de 2065 como o ano em que os brancos passem a minoria. As estimativas em Portugal são igualmente animadoras, mesmo que não hajam estatísticas deste tipo”, podia ler-se na publicação, entretanto, eliminada.

Um utilizador, atento, logo identificou aquela notícia como falsa, por dois motivos: “O Rui Tavares não diz ‘hajam’, nem diria uma frase dessas”.

O líder do Livre confirmou, mais tarde, a inveracidade daquela informação, lamentando o erro do utilizador que se afirma, naquela rede social, que a sua “pátria é Portugal e a língua portuguesa”.

“Se os nacionalistas tivessem um mínimo de amor pela língua portuguesa, saberiam produzir desinformação mais eficaz”, escreveu Rui Tavares.

“Hajam”?

Quando o verbo “haver” tem o sentido de “existir” é impessoal e, por isso, conjuga-se sempre na terceira pessoa do singular.

“Hajam” pode existir, sim, mas apenas no sentido de “ter”.

Novo tipo de desinformação

Recentemente, a deputada do Chega Rita Matias também já tinha sido alvo deste novo tipo de desinformação, que recorre a grafismos de jornais reais.

Nas redes sociais, espalhou-se uma imagem de uma alegada crónica no jornal Sol, onde a jovem deputada se lamentava que não conseguia arranjar parceiro.

“Arranjar um parceiro nesta idade começa a tornar-se complicado. Os homens sentem-se intimidados pela minha posição de poder e os que não se sentem, ou são de esquerda ou não gostam de mulheres. A transexualidade veio reduzir a oferta drasticamente, daí a minha luta diária para repor a normalidade na sociedade, antes que seja tarde de mais”, lê-se.

Rita Matias desmentiu prontamente estas palavras, além de que a deputada do Chega não é cronista do Sol.

ZAP //

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2 Comments

  1. Estas notícias falsas só são um problema porque a internet e as redes sociais estão infestadas por hordas de acéfalos prontos a acreditar religiosamente em tudo o que se encaixa no seu reduzido espaço de ideias fixas preconcebidas. Problema mais grave ainda: estas pessoas votam!

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