O Facebook anunciou que vai atualizar a sua política de combate ao discurso de ódio e dessa forma, banir conteúdos que neguem ou distorçam a narrativa do Holocausto. A revelação é feita por Mark Zuckerberg, cuja decisão chega depois de anos em que se viu num dilema.
O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, de origem judaica, confrontou-se nos últimos dois anos com o dilema de preservar a liberdade de expressão ou travar o exponencial crescimento de conteúdo antissemita partilhados na sua rede social.
“Confrontei-me com um conflito entre assegurar a liberdade de expressão e os danos causados por negar ou minimizar o horror do Holocausto”, explicou o CEO do Facebook, num post partilhado esta segunda-feira.
Zuckerberg assume que “há muito tempo que removemos posts que fazem a apologia de crimes de ódio ou assassinatos em massa, incluindo o Holocausto. Mas com o aumento do antissemitismo, estamos a expandir a nossa política para proibir qualquer conteúdo que negue ou distorça o Holocausto”, escreveu na mesma publicação.
No passado mês de agosto, o Facebook já havia banido teorias de conspiração e estereótipos antissemitas.
Num comunicado sobre as mudanças, a equipa da rede social também cita um inquérito de Setembro, que mostra que um quarto dos norte-americanos com idades compreendidas entre os 18 e os 39 anos define o Holocausto como um mito, uma história exagerada ou um tema sobre o qual não têm a certeza.
Como forma de atenuar a falta de informação e ajudar a difundir conteúdo correto, o fundador da rede social revela que o controlo vai ainda mais longe, assegurando que “se as pessoas pesquisarem pelo Holocausto no Facebook” vão ser automaticamente direcionadas para “fontes credíveis que forneçam uma informação precisa” sobre um dos episódios mais marcantes da História.
O Facebook está também a basear as mudanças em conversas com vários grupos que lutam contra o anti-semitismo em todo o mundo, incluindo o Congresso Mundial Judaico e o Comité Sionista Americano.
Segundo o Público, na semana passada a rede social também passou a classificar os grupos QAnon (um movimento que usa teorias da conspiração para promover a extrema-direita) como perigosos e começou a removê-los da sua plataforma.