Ex-presidente peruano detido por suspeitas de envolvimento no caso Odebrecht

Agência Andina / EPA

O novo presidente do Perú, Pedro Pablo Kuczynski (esq)

Pedro Pablo Kuczynski, ex-presidente do Peru, foi detido esta quarta-feira por suspeitas de lavagem de dinheiro no escândalo de corrupção que envolve a Odebrecht. A construtora brasileira está incluída no caso Lava-Jato.

O antigo líder peruano foi detido preventivamente pela polícia peruana, durante pelo menos dez dias. Kuczynski é suspeito de estar envolvido numa lavagem de dinheiro da Odebrecht, a construtora brasileira que é uma das principais envolvidas no caso Lava-Jato.

As autoridades peruanas estão efetuar buscas na casa de Kuczynski, na tentativa de encontrar documentos que provem a sua ligação à Odebrecht. Este ano é a segunda vez que a residência do antigo presidente do Peru é revistada. O político que se demitiu da presidência um ano depois do escândalo da Lava-Jato, em março de 2018.

“O Terceiro Juiz de Instrução Preliminar ordenou a detenção preventiva de 10 dias contra o ex-Presidente Pedro Pablo Kuczynski, no âmbito da investigação que está sendo conduzida pelo alegado crime de lavagem de dinheiro no caso da Odebrecht”, indica em comunicado o poder judicial, citado pela agência noticiosa francesa AFP.

O pedido de detenção foi feito pelo procurado especial da Operação Lava Jato/Odebrecht, José Domingo Pérez, que tem investigado o antigo presidente. O pedido foi aceite Tribunal Superior de Justiça Especializado em Delitos de Crime Organizado.

Em sua defesa, Kuczynski confessou aos meios de comunicação peruanos estar inocente e que tudo de se trata de uma perseguição. “Parece-me ridículo. Respondi à procuradoria todas as vezes que fui convocado. O pessoal da Odebrecht foi muito claro em relação a eu não ter nada a ver com estas acusações. Não posso dizer mais nada”, disse.

Kuczynski, que foi durante muito tempo banqueiro em Wall Street, irá cumprir sentença na sede policial da Divisão de Investigações de Alta Complexidade, na capital peruana. O peruano e o advogado, Nelson Miranda, assumiram que vão recorrer da decisão.

Além de Kuczynski, também os antigos presidentes Alejandro Toledo, Alan García, Ollanta Humala foram investigados no âmbito do caso brasileiro Lava-Jato, remetente a 2017.

A Odebrecht confessou ter pago quase cinco milhões de dólares a Kuczynski por ter assessorado duas empresas, a First Capital e a Westfield Capital, enquanto era ministro de Alejandro Toledo. Até então, Kuczynski havia negado qualquer vínculo com a empresa.

ZAP //

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