Exército dos EUA prepara defesa caso Pelosi vá a Taiwan. Ilha revê planos anti-invasão chinesa

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jstreetdotorg / Flickr

A líder dos democratas na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi

O exército norte-americano já está a mobilizar as forças e meios no Indo-Pacífico para a protecção de Nancy Pelosi, caso a visita se concretize. Taiwan também está a fazer exercícios a antecipar um possível ataque da China.

Apesar de não acharem provável que haja um ataque da China ao avião de Nancy Pelosi, os responsáveis militares dos Estados Unidos estão a prevenir-se de qualquer das formas e a preparar planos de contingência para a protecção da Presidente da Câmara dos Representantes.

Em causa está uma viagem que Pelosi está a planear fazer a Taiwan em Agosto. A visita ainda não foi confirmada oficialmente, mas já valeu uma resposta dura da China e até ameaças de um possível ataque militar ao avião onde a líder do Congresso seguir. A questão também abriu uma divisão entre Pelosi e Joe Biden, já que a Casa Branca se opõe à viagem por recear que Pequim a interprete como uma provocação.

De acordo com a Associated Press, os militares norte-americanos vão aumentar o movimento das suas forças no Indo-Pacífico caso Pelosi vá até Taipei e vão recorrer a jactos, navios e equipamentos de vigilância para garantir a sua segurança durante a viagem e também depois de aterrar.

Terão também de ser criadas zonas de protecção em torno do avião e os militares estão a precaver-se contra qualquer incidente, seja no ar ou em terra, e vão ter equipas de resgate nas proximidades que podem utilizar helicópteros e navios que já estão na região.

Qualquer visita de um político americano ao estrangeiro requere segurança adicional, mas esta possível viagem é particularmente perigosa devido à escalada de tensão entre a China e Taiwan nos últimos meses e o facto de Pelosi ser a figura mais importante dos EUA a visitar Taiwan desde 1997.

A China reclama a ilha de Taiwan como sua e nos últimos meses a tensão entre os dois territórios tem subido devido às incursões que a força aérea chinesa tem feito no espaço aéreo de Taiwan.

Xi Jinping já disse que a reunificação é um dos objectivos do seu Governo e que está disposto a usar a força para este efeito. Os responsáveis políticos da ilha acreditam que a China pode entrar no seu território e começar uma guerra até 2025.

Biden tem também uma chamada com Xi Jinping marcada para esta quinta-feira, a sua primeira conversa nos últimos quatro meses. Apesar de não poder impedir a ida de Pelosi, que é uma das figuras políticas americanas mais duras com a China, o chefe de Estado já disse publicamente que acha que a viagem é uma má ideia.

 

Em privado, a administração Biden também já se mostrou preocupada com a possibilidade de a China declarar uma zona de exclusão aérea sobre Taiwan, o que na práctica levaria a que Pequim se considerasse no direito de abater qualquer avião que sobrevoasse a ilha, revela a CNN.

Apesar das preocupações dos Democratas, alguns Republicanos consideram que os EUA não podem ceder à pressão chinesa. O ex-Secretário de Estado de Trump, Mike Pompeo, até se ofereceu para ir com Pelosi na viagem.

O Governo chinês ainda não especificou em público que “medidas fortes” está a planear levar a cabo, mas alguns especialistas receiam que haja mesmo uma resposta militar a ser preparada em Pequim e que a tensão replique as crises no estreito que se viveram nos anos 90.

“A China vai responder com medidas sem precedentes, as mais fortes que já adoptou desde a crise do Estreito de Taiwan”, considera Shi Yinhong, professor de Relações Internacionais na Universidade de Renmin, na China.

Taiwan prepara-se para a invasão

Mesmo com as divisões entre os especialistas sobre se a ameaça militar da China é para se levar a sério ou não, o exército de Taiwan já está a preparar uma resposta a uma invasão, escreve o The Washington Post.

Na quarta-feira, na praia de Bali, as tropas praticaram a resposta a ataques de anfíbios no curso de água que liga o porto de Taipen ao rio Tamsui, uma zona que é crucial para a defesa da capital.

Os exercícios fazem parte de um programa de cinco dias que está a preparar a defesa dos civis e dos militares, numa ilha que tem um poderio militar muito mais fraco do que o da China.

De acordo com Sun Li-fang, o porta-voz do Ministério da Defesa de Taiwan, os exercícios foram planeados depois de terem “monitorizado de perto a situação internacional, assim como a guerra na Ucrânia“.

Adriana Peixoto, ZAP //

1 Comment

  1. Mas esta senhora quer brincar com a vida alheia? O que é que ela vai fazer a Taiwan? Vai provocar os chineses e causar a morte de inocentes? Estes americanos, no dizer de Salazar e do insuspeito Jacques Bergier, são uns garotos. Só dão fracasso na política externa. A Pelosi já tem 82 anos: idade para ter juízo, ou se já não o tem, melhor seria que se reformasse.

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