Os EUA anunciaram, esta quinta-feira, a suspensão de quase toda a assistência de segurança às forças militares paquistanesas, exigindo ao Governo do país uma “ação decisiva” contra as fações talibãs que estão instaladas no seu território.
A porta-voz da diplomacia dos Estados Unidos, Heather Nauert, não especificou o valor da ajuda que será congelado, mas referiu que vai para além dos 255 milhões de dólares, cerca de 211,5 milhões de euros, de ajuda militar que já tinham sido suspensos sob ordens do Presidente Donald Trump.
A responsável do Departamento de Estado disse que uma decisão ainda está a ser elaborada sobre os fundos adicionais e encaminhou todas as questões para o Departamento de Defesa. No dia anterior, o secretário da Defesa, Jim Mattis, disse que a política de ajuda militar ao Paquistão “ainda está a ser formulada”.
Em outubro, o Presidente dos EUA já tinha acusado o Paquistão de “mentir e defraudar” a sua administração, sublinhando que o país continua a dar abrigo a grupos terroristas e acusando-o de nada fazer para combater esses grupos, apesar do financiamento de Washington.
“Os EUA deram ao Paquistão, de forma ridícula, mais de 33 mil milhões de dólares ao longo dos últimos anos, enquanto eles não nos deram nada mais que mentiras e fraudes, pensando que os nossos líderes são idiotas“, acusou Trump no Twitter.
De acordo com o líder norte-americano, o Paquistão tem concedido asilo aos terroristas perseguidos no Afeganistão em vez de ajudar os EUA no combate ao terrorismo. “Basta”, declarou Trump na mesma publicação.
Dias depois, no final de outubro, o secretário de Estado, Rex Tillerson, foi recebido em Islamabade para discutir a agenda conjunta de combate ao terrorismo, que fica agora em risco perante o azedar das relações entre os dois governos.
// Lusa