A administração do Presidente dos Estados Unidos (EUA) Joe Biden se prepara para reabrir um campo de detenção de migrantes na Baía de Guantánamo, após um aumento de migrantes e requerentes de asilo no sul do país.
De acordo com o Guardian, o departamento de Immigration and Customs Enforcement (ICE) está a abrir as candidaturas para empresas que pretendam administrar o Migrant Operations Center, na base naval dos EUA, perto do complexo prisional que abriga os 39 detidos que restam da “guerra ao terror”.
O campo de migrantes abriu pela primeira vez em 1991, visando manter os requerentes de asilo cubanos. Acabou por ser usado para deter cerca de 34.000 haitianos e quase o mesmo número de cubanos, até que foi encerrado pela administração de Barack Obama. Não é usado para reter migrantes desde 2017.
“A instalação tem capacidade para 120 pessoas e terá uma população diária estimada de 20 pessoas, contudo, o prestador de serviços será responsável por manter no local o equipamento necessário para construir alojamentos temporários para as populações que excedam os 120 e para até 400 migrantes, em caso de evento repentino”, refere o anúncio do ICE para as empresas interessadas.
“Além disso, o prestador de serviços deve manter uma lista de pelo menos 50 indivíduos que atendam aos requisitos mínimos da classificação de cargo de oficial de custódia desarmado e tenham um plano de contingência viável para enviar esses indivíduos [num período] de 24 horas após notificação”, acrescenta.
A reabertura do local ocorre num momento em que cerca de 14.000 migrantes cruzaram o Rio Grande. A maioria é haitiana e inclui mulheres e crianças, que fogem do caos causado por um terremoto e da turbulência política após o assassinato do Presidente Jovenel Moïse.