Uma equipa internacional de investigadores descobriu que a estrela supergigante vermelha Antares é ainda mais gigantesca do que se pensava. Aliás, é tão grande que toda a órbita de Saturno caberia dentro dela.
Estudos anteriores revelaram que Antares, que se localiza a 550 anos-luz da constelação de Escorpião, é cerca de 700 vezes maior do que o nosso Sol. Porém, esse número aumenta dramaticamente quando é mapeada num espectro diferente.
“O tamanho de uma estrela pode variar drasticamente, dependendo do comprimento de onda da luz com que é observado”, disse Eamon O’Gorman, astrónomo do Instituto de Estudos Avançados de Dublin e principal autor do estudo, em comunicado. “Os comprimentos de onda mais longos do [Very Large Array] revelaram que a atmosfera da supergigante é quase 12 vezes o raio da estrela“.
A equipa usou as últimas leituras do Very Large Array combinadas com o Atacama Large Millimeter / submilimeter Array para estudar a atmosfera de Antares. No processo, montou o mapa mais detalhado da existência de qualquer estrela além do Sol.
Assim, Antares é tão grande que toda a órbita de Saturno caberia dentro de si.
Estrelas supergigantes vermelhas são as maiores estrelas encontradas no Universo em termo de volume, mas não em massa. Estas estrelas são relativamente frescas e formam estrelas que começam a entrar em colapso. No fim da sua vida, colapsam e tornam-se uma supernova.
A região acima da superfície da supergiganta vermelho, a cromosfera, é mais fria do que a do Sol. Enquanto que a temperatura da cromosfera de Antares é cerca de 3.500ºC, a do Sol é de 20.000ºC.
A sua cromosfera também é muito mais extensa, estendendo-se para 2,5 vezes a do seu raio, em comparação com a cromosfera do Sol, que se estende a apenas 0,5% do seu raio.
“Descobrimos que a cromosfera é morna e não quente, em temperaturas estelares”, explicou O’Gorman. “A diferença pode ser explicada porque as nossas medições de rádio são um termómetro sensível para a maior parte do gás e plasma na atmosfera da estrela, enquanto as observações óticas e ultravioletas anteriores eram sensíveis apenas a gases e plasma muito quentes”.
Examinando a cromosfera da estrela, os investigadores conseguiram até dizer de onde partem os ventos na sua superfície. “Conhecer os tamanhos e temperaturas reais das zonas atmosféricas dá-nos uma pista de como estes enormes ventos se começam a formar e quanta massa está a ser ejetada”, disse o co-autor Graham Harper, da Universidade do Colorado.
Este estudo foi publicado este mês na revista científica Astronomy & Astrophysics.