Espia Maria Butina condenada nos EUA aceita emprego estatal em Moscovo

Pavel Starikov / Flickr

A agente russa Maria Butina

A espia russa Maria Butina, que foi deportada dos EUA, onde se encontrava detida há 15 meses por suspeitas de conspirar contra o governo norte-americano, aceitou uma oferta de emprego estatal para defender presos russos no exterior.

A notícia foi avançada pela agência de notícias TASS, de acordo com a revista Sábado. “[Maria Butina] aceitou a proposta”, revelou a comissária russa de direitos humanos Tatyana Moskalkova, que ofereceu a Butina um lugar na comissão permanente pouco tempo depois da alegada agente secreta ter regressado a Moscovo, num voo da Aeroflot, procedente de Miami, no final do mês passado.

Maria Butina foi a única personalidade russa condenada na investigação de três anos sobre a interferência de Moscovo na política dos EUA. O seu objetivo era infiltrar-se nas empresas que tinham influência em políticos do país, tendo chegado aos EUA com um visto de estudante. Através dos seus contactos, chegou até Donald Trump.

Acabou por ser detida em julho de 2018 por acusações de espionagem, embora não tivesse nenhuma conexão com as agências de espionagem da Rússia. Em dezembro, aceitou um acordo judicial admitindo que agia como agente estrangeiro ilegal e não registado, sendo sentenciada a 18 meses de prisão, quase metade da qual foi já cumprida.

Sob um forte ataque nos EUA por interferir nas eleições de 2016, Moscovo transformou a nativa da Sibéria numa celebridade, com o Ministério das Relações Externas a publicar a sua imagem nas redes sociais, com o slogan “Free Maria” (“Maria Livre”).

Apesar da investigação, não ficou claro se Maria Butina era uma agente de inteligência posicionada para se infiltrar nos círculos políticos dos EUA ou apenas alguém que estava a criar, por iniciativa própria, canais de cooperação entre pessoas que foram vítimas de um nível mais alto de intriga relacionado à interferência nas eleições russas.

ZAP //

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