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Esta “floresta flutuante” é o Edifício do Ano — e uma escola

Como uma fuga ao espaço “encaixotado” encontrado nas escolas comuns, a “floresta” mistura inovação com a simplicidade da natureza, com caminhos verdes que nos levam a salas de aulas nas árvores.

Já se conhece o Edifício Mundial do Ano 2023, eleito no Festival Mundial de Arquitetura (WAF) que decorreu na semana passada em Singapura.

O vencedor pode ser encontrado no Distrito de Jiangbei, na cidade de Ningbo, em Singapura, onde é possível apreciar uma inovadora “floresta flutuante” recheada de caminhos sinuosos, salas nas árvores e espaços verdes.

Trata-se da Escola Secundária Huizhen, projetada pelo Approach Design Studio e pelo Grupo de Design de Engenharia da Universidade de Tecnologia de Zhejiang.

Em rutura com as estruturas educacionais tradicionais, a escola é composta por salas de aula elevadas rodeadas de espaços abertos, ar fresco e vistas naturais que procuram criar um ambiente seguro e sereno. Uma grande rampa leva-nos até à dita “floresta”, um terraço comum gigante onde é possível estudar, desanuviar ou fazer desporto em contacto com a natureza.

Numa mistura de inovação e regresso à simplicidade, o principal objetivo do projeto premiado é promover o relaxamento dos estudantes.

E não são só os estudantes que beneficiam do espaço. A “floresta” pode ser frequentada por qualquer pessoa aos fins-de-semana, dias em que a escola se encontra aberta ao público sob o papel de parque.

Design simples e aplicável pelo mundo fora

O WAF reconheceu e apreciou a potencial aplicabilidade dos seus elementos básicos de design em escolas pelo mundo fora.

“Adorámos este edifício por ser inesperado e encantador“, disse o Diretor do Programa do WAF, citado pelo New Atlas. “Os arquitetos conseguiram criar uma escola que é muito diferente do modelo usual onde os estudantes são encaixotados e colocados sob pressão pedagógica e arquitetónica. Em contraste, este design incentiva a caminhada, o ar fresco e a possibilidade de reflexão longe da intensidade académica”, sublinha Paul Finch.

“Como referem os arquitetos, estamos no nosso estado mais relaxado quando estamos a perder tempo, mas não a desperdiçá-lo; em vez disso, desfrutamos da caminhada até às salas de aula através de uma ‘floresta flutuante’ com edifícios e amenidades modulares, todos com vistas para a natureza. São utilizados materiais simples para uma combinação do inovador e do quotidiano. Existem elementos neste projeto que poderiam ser usados em escolas em qualquer lugar“, afirma.

Outros projetos reconhecidos

Além da admirável estrutura da Escola Secundária Huizhen, o festival anual reconheceu outros projetos notáveis.

Um deles é o Parque Florestal Benjakki da Turenscape, uma antiga fábrica de tabaco em Banguecoque que ganhou o prémio de Paisagem do Ano após se transformar num parque verde.

O parque desempenha atualmente várias funções ecológicas, incluindo a coleta de águas pluviais e a provisão de habitat para a vida selvagem.

Produtora de biocombustível e combatente dos desafios urbanos como a densidade, calor e poluição, a Torre Probiótica no Cairo venceu o Futuro Projeto do Ano.

Por último, o Prémio WAFX, que se concentra em desafios globais, foi dado ao projeto Rethinking Oil Rigs – Offshore Data Center, da Arup.

Alinhado com a transição para um futuro livre de combustíveis fósseis, o conceito explora a conversão de plataformas petrolíferas em centros de dados offshore sustentáveis.

Tomás Guimarães, ZAP //

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