Escalada na Faixa de Gaza. Jihad Islâmica lança 600 rockets, Jerusalém ataca 140 alvos

Atef Safadi / EPA

Míssil disparado pelo sistema de defesa antiaérea israelita “Iron Dome’”

A Jihad Islâmica Palestiniana lançou quase 600 ‘rockets’ contra Israel desde sexta-feira, segundo dados divulgados hoje pelo exército israelita, que, por sua vez, atacou cerca de 140 alvos do grupo na Faixa de Gaza.

O exército israelita informou hoje que pelo menos 585 ‘rockets’ foram lançados de Gaza pelo grupo Jihad Islâmica desde que teve início o atual pico de tensão, tendo provocado, até agora, 29 mortos – todos palestinianos – e mais de 250 feridos.

Do total de projéteis lançados de Gaza, 470 atravessaram Israel e 115 caíram dentro da própria Faixa antes de cruzarem a cerca que separa os territórios.

Até agora, Israel sofreu poucos ataques em áreas povoadas, até porque, de acordo com o exército, o sistema de defesa antiaérea ‘Iron Dome’ tem uma taxa de sucesso de 97%, intercetando 185 dos foguetes lançados. Os restantes caíram em áreas despovoadas do país.

Embora a maioria dos projéteis disparados tenham sido dirigidos às comunidades israelitas da fronteira com Gaza, foram também disparados tiros em direção a Telavive no sábado e em direção a Jerusalém hoje, embora tenham sido todos intercetados antes de chegarem ao seu destino.

O exército informou também ter bombardeado 139 alvos da Jihad Islâmica em Gaza, incluindo instalações onde o grupo palestiniano disse que as armas eram fabricadas e armazenadas, locais de onde os ‘rockets’ foram lançados e uma rede de túneis supostamente usada pelo grupo.

Esses ataques causaram a morte de pelo menos nove membros da milícia da Jihad, incluindo Khaled Mansur e Taysir al-Jabari, os principais comandantes do seu braço armado.

Por sua vez, o Ministério da Saúde palestiniano especificou que entre os mortos se contam seis crianças e quatro mulheres.

Cinco dos menores morreram no sábado à noite após o impacto de um projétil no norte de Gaza, num incidente que, segundo Israel, foi um lançamento de foguete fracassado pela Jihad Islâmica, que, por seu lado, culpou o exército israelita pelo ataque.

Líder da Jihad Islâmica morto

Israel anunciou hoje que matou Jaled Mansur, líder do braço armado da Jihad Islâmica Palestiniana (PIJ) no sul da Faixa de Gaza, o segundo alto quadro do grupo a morrer na atual escalada desde sexta-feira.

A morte de Mansur, confirmada pela PIJ, foi o resultado de um ataque israelita na cidade de Rafah, no sul de Gaza.

Dois outros importantes membros do grupo, incluindo o braço direito de Mansur, também foram mortos no ataque, de acordo com o exército israelita. Cerca de 30 pessoas ficaram feridas.

Segundo um porta-voz militar israelita, Mansur foi um dos principais responsáveis pelo lançamento de foguetes em Israel durante a escalada de maio de 2021 e por múltiplos ataques a israelitas.

O anúncio da morte deste líder da Jihad ocorre no terceiro dia de violência na região, onde, segundo dados oficiais, já foram mortos 24 palestinianos.

Cerca de 20 membros da Jihad Islâmica foram detidos durante a noite pelas forças de segurança israelitas na Cisjordânia ocupada, informou hoje o exército.

Em comunicado, o exército indicou que, em várias operações, “cerca de 20 suspeitos pertencentes à organização terrorista Jihad Islâmica foram detidos” na Cisjordânia, território palestiniano ocupado pelo Estado judeu desde 1967.

O atual pico de tensão começou após a detenção, na segunda-feira, do alto dirigente da organização Jihad Islâmica na Cisjordânia, Bassem Saadi.

Face a rumores sobre a possibilidade de ações armadas de retaliação a partir do enclave palestiniano, Israel lançou um ataque preventivo contra alvos da Jihad em Gaza.

O movimento palestiniano Hamas mantém-se, por enquanto, à margem do conflito, o que conseguiu conter a sua intensidade, mas já condenou Israel, considerando que está “novamente a cometer crimes”.

Israel e grupos armados em Gaza têm travado vários conflitos, o último dos quais aconteceu em maio de 2021 e durou 11 dias, causando a morte de 260 palestinianos e 13 israelitas.

ZAP // Lusa

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