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Enormes anéis em torno de um buraco negro revelam a poeira oculta entre as estrelas

X-ray: NASA/CXC/U.Wisc-Madison/S. Heinz et al.; Optical/IR: Pan-STARRS

Imagem de um conjunto de anéis à volta do buraco negro V404 Cygni

No dia 5 de junho de 2015, o Observatório Neil Gehrels Swift descobriu uma explosão de raios-X do buraco negro V404 Cygni. O evento criou anéis de alta energia, como parte de um fenómeno conhecido como “ecos de luz”.

Agora, os astrónomos conseguiram captar uma imagem que mostra um conjunto de anéis à volta do buraco negro, com a ajuda do Observatório de Raios-X Chandra e do Observatório Neil Gehrels Swift, da NASA.

O buraco negro – que faz parte de um sistema binário chamado V404 Cygni, localizado a cerca de 7.800 anos-luz de distância – está a puxar material de uma estrela companheira num disco à volta do objeto invisível. O material brilha em raios-X, pelo que os cientistas se referem a esses sistemas como “binários de raios-X“.

Segundo o Phys, as imagens dos anéis gigantes revelam informações sobre a poeira localizada na nossa galáxia, usando um princípio semelhante ao dos raios-X utilizados em consultórios médicos e aeroportos.

O portal escreve que foi no dia 5 de junho de 2015 que o Swift descobriu uma explosão de raios-X em V404 Cygni, que criou anéis de alta energia a partir de um fenómeno conhecido como “ecos de luz”.

Em vez de ondas sonoras, os “ecos de luz” em torno de V404 Cygni foram produzidos quando a explosão de raios-X do sistema do buraco negro se repercutiu nas nuvens de poeira entre V404 Cygni e a Terra. Acontece que a poeira cósmica não é como a poeira doméstica – é mais parecida com fumo, consistindo em partículas sólidas minúsculas.

Na imagem obtida, os raios-X do Chandra (a azul claro) foram combinados com dados óticos do telescópio Pan-STARRS, no Havai, que mostram as estrelas no campo de visão.

A imagem contém oito anéis concêntricos separados, sendo que cada anel foi formado por raios-X das explosões do V404 Cygni, observadas em 2015, e refletidas em diferentes nuvens de poeira.

Se a nuvem estiver mais próxima da Terra, o anel parecerá maior. Os “ecos de luz” aparecem como anéis estreitos em vez de anéis largos, uma vez que a explosão de raios-X durou um período de tempo relativamente curto.

Os anéis foram muito úteis para os cientistas estudarem as propriedades das nuvens de poeira. Segundo a investigação, cujo artigo científico foi publicado em 2016 no The Astrophysical Journal, é muito provável que a poeira contenha misturas de grãos de grafite e silicato.

Através da análise dos anéis internos com o Chandra, a equipa também descobriu que as densidades das nuvens de poeira não são uniformes em todas as direções.

ZAP //

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