Engenheiro da Tesla atacado por robô deixou rasto de sangue na gigafábrica

Robô terá imobilizado o engenheiro e arranhado as suas costas e braços. “Tivemos vários trabalhadores que se feriram”, cujos ferimentos nem sempre estão nos relatórios da Tesla, atira advogada dos trabalhadores da Giga Texas.

Um engenheiro da gigafábrica da Tesla, no Texas, terá sido atacado por um robô em 2021, segundo um relatório do incidente apresentado ao município de Travis, onde está localizada a fábrica da empresa de Elon Musk, e partilhado por vários órgãos de informação.

Construído para manusear peças de alumínio recentemente fundido, o robô terá imobilizado o engenheiro, que estava encarregue de programar o software de dois robôs inoperantes.

Segundo relatos de testemunhas, incluídos no relatório, o robô arranhou, com as suas “garras metálicas”, as costas e braços do funcionário da produtora de automóveis elétricos. O resultado foi uma “ferida aberta” na mão esquerda do engenheiro e um “rasto de sangue” ao longo do chão da Giga Texas.

O engenheiro teve mesmo de lutar para se libertar antes de um colega ter pressionado o botão de emergência. Quando finalmente se soltou do robô, tombou por um escorrega destinado a coletar a sucata de alumínio, daí o rasto de sangue visível e testemunhado posteriormente.

Tesla não notifica acidentes

A Tesla afirmou que as lesões não motivaram uma baixa médica para recuperação, mas uma advogada que representa os trabalhadores da Giga Texas disse ao DailyMail que acredita, com base nas suas conversas com os trabalhadores, que o número de ferimentos sofridos na fábrica nem sempre é notificado.

“Tivemos vários trabalhadores que se feriram”, disse Alexander, “e um trabalhador que morreu, cujos ferimentos ou morte não estão nesses relatórios que a Tesla deveria estar a completar e a entregar corretamente ao condado para obter incentivos fiscais”, confessa a advogada.

O trabalhador morreu de insolação enquanto ajudava a construir a fábrica, que tem mais de 800 hectares, segundo um relatório do médico legista do município de Travis.

Investigadores da OSHA (Administração de Segurança e Saúde Ocupacional da Califórnia) descobriram que só no ano de 2018, a Tesla tinha omitido 36 ferimentos nos seus arquivos governamentais obrigatórios — confirmando um relatório anterior da equipa Reveal do Center for Investigative Reporting, que descobriu que a empresa tinha classificado erradamente uma série de acidentes e ferimentos no trabalho como casos de “saúde pessoal” para evitar ações dos reguladores da Califórnia.

Antes das descobertas da OSHA, a Tesla afirmou que as reivindicações do Reveal eram “completamente falsas” e acusou o grupo de colaborar secretamente com trabalhadores que na altura tentavam sindicalizar a fábrica.

O incidente agora revelado voltou a levantar estas preocupações com a segurança no ambiente de trabalho da fábrica texana, que conta atualmente com mais de 20 mil empregados e é responsável pela produção de carros do Modelo Y e, futuramente, do Cybertruck.

Em comparação com as médias da indústria, a gigafábrica apresenta uma taxa mais alta de lesões, segundo o The Independent — um em cada 26 trabalhadores sofrerá lesões mais graves no local de trabalho.

ZAP //

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